Um dia antes de embarcar para Evian (França), onde participa como convidado da reunião do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), entre os dias 1º e 3 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os países da América do Sul se unam para conseguir competir com os "blocos econômicos mais fortes".
Segundo Lula, que discursou em evento de doação de 225 toneladas de alimentos da Ford ao programa Fome Zero, o Brasil tem trabalhado pela retomada do Mercosul e vencido resistências dos demais países do continente, inclusive da Argentina, com quem há "divergências muito sérias".
"Nós [Brasil] não vamos ter relação hegemônica com vocês [demais países sul-americanos]. A gente tem que se unir para poder competir com os blocos econômicos fortes, como os EUA e União Européia", afirmou. "A Argentina tomou consciência que é pobre, o Brasil tomou consciência que é pobre. E, ou a gente se junta, ou sozinho não vamos encontrar saída."
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O presidente disse que a grandeza do Brasil assustava os países vizinhos, mas que, em suas conversas, tem conseguido mudar essa visão. "As pessoas sempre ficam com medo do maior. O mesmo medo que a gente tem dos EUA, eles [os países sul-americanos] têm da gente", afirmou.
Lula disse também que o Brasil tem em seu horizonte negociações comerciais e parcerias com países da África, do Oriente Médio, a China e Índia com o objetivo de ampliar as exportações e atrair investimentos.
Segundo ele, a guerra contra o Iraque pode favorecer a conquista desses objetivos. "Agora que os EUA brigaram com o Iraque, está na hora do Brasil aparecer por lá de forma generosa e oferecer oportunidades e produtos", afirmou.