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Na Nova Zelândia

Médico que ajudou mãe a morrer é condenado

BBC Brasil
24 nov 2011 às 12:18

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- Reprodução / BBC Brasil
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Um cientista que ajudou sua mãe a morrer foi condenado a cinco meses de prisão por um tribunal da Nova Zelândia. Sean Davison, microbiólogo e perito em medicina forense admitiu ter dado à sua mãe de 85 anos, Patricia Davidson, um copo de água contendo morfina.

O caso teve destaque na mídia internacional e reacendeu debates sobre eutanásia e morte assistida, em particular na Nova Zelândia.

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Davison, de 50 anos, é um médico legista radicado na África do Sul - onde era conhecido pelo seu papel na identificação de restos mortais de ativistas assassinados e jogados em valas comuns por autoridades durante o período da política de apartheid na África do Sul.

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Ele se mudou temporariamente para a Nova Zelândia para ficar com a mãe, diagnosticada com vários canceres. Ela morreu em outubro de 2006.

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Em um livro publicado na Nova Zelândia em 2009, chamado Before We Say Goodbye (Antes de Dizermos Adeus), Davison relata os cuidados que dedicou à sua mãe em seus últimos meses de vida.


Em 2010, ele foi indiciado por tentativa de assassinato. Mais tarde a acusação foi reduzida para ''aconselhamento e auxílio em um suicídio''.

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Davison se declarou culpado durante o julgamento, que começou em outubro passado. Apesar da condenação, os juízes da cidade neo-zelandesa de Dunedin disseram que ele agiu por ''compaixão e amor'' e não visando ganhos pessoais.


Davison disse a repórteres acreditar que não deveria ter sido condenado. O cientista disse à imprensa australiana que sua mãe vinha sofrendo muito e já havia tentado se matar ao recusar comida.

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De acordo com o microbiologista, ela havia pedido a ele e a outras pessoas em varias ocasiões que a ajudassem a morrer.


'Condenação a qualquer preço'

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''O tribunal não tratou de justiça, mas sim de obter uma condenação a qualquer preço. Creio que a lei precisa ser humana'', afirmou.


Ele havia sido condenado inicialmente por tentativa de assassinato, mas a acusação depois foi reduzida para ''aconselhamento e auxílio em um suicídio''.

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A juíza do caso, Christine French, descreveu o réu como sendo ''um filho excepcionalmente dedicado e amoroso''. Ela disse que o réu estava ciente de que estava cometendo um crime, mas que o delito foi de uma natureza menos grave se comparado com outros.


''Ainda que, na minha opinião, tenha havido um elevado grau de premeditação, você agiu por compaixão e por amor e não por quaisquer ganhos pessoais'', afirmou.

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Súplica


No livro, Davison conta que Patricia Davidson havia suplicado para que ele a ajudasse em suas tentativas de se matar.


O neo-zelandês chegou até a receber uma carta atestando sua integridade de caráter assinada pelo arcebispo sul-africano Desmond Tutu. Em seu texto, Tutu o descreveu como sendo ''um cidadão correto que fez uma contribuição à sociedade e que tem muito a oferecer''.

Ele regressou à Nova Zelândia - vindo da África do Sul - voluntariamente para participar do seu julgamento e cumprirá a sua pena de prisão domiciliar na Nova Zelândia.


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