O ministro da Justiça do Japão anunciou nesta segunda-feira (22) sua renúncia após provocar polêmica com um comentário em que afirmou que seu trabalho era fácil.
Minoru Yanagida, de 56 anos, foi duramente criticado depois de ter feito declarações sobre seu trabalho num evento com simpatizantes na cidade de Hiroshima (sul do país) há cerca de uma semana.
"Ser um ministro da Justiça é fácil. Eu só tenho que lembrar de duas frases para dar de resposta quando for questionado no Parlamento", disse ele, segundo a imprensa local.
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As duas frases seriam: "eu me abstenho de fazer comentários sobre um assunto específico" e "estamos lidando com a questão com base na lei e nas evidências".
Repercussão
Os comentários do ministro repercutiram mal entre os parlamentares, que os interpretaram como uma falta de respeito do ministro.
A oposição planejava entrar com uma moção de censura contra ele no Parlamento, além de boicotar a aprovação de um orçamento complementar de 60 bilhões de ienes (cerca de US$ 720 milhões).
O dinheiro do orçamento complementar deverá ser usado pelo governo para tentar estimular a recuperação da economia japonesa, que sofre com a valorização do iene e a queda nas exportações.
"Para que o orçamento suplementar seja aprovado o mais rápido possível, eu disse ao primeiro-ministro (Naoto Kan) sobre minha intenção de renunciar esta manhã (horário local)", disse Yanagida em uma entrevista coletiva.
"Minhas observações foram uma espécie de brincadeira, fui descuidado e lamento profundamente isso", emendou o agora ex-ministro, que estava no cargo desde setembro.
Popularidade em baixa
O atual chefe de gabinete, Yoshito Sengoku, ocupará provisoriamente o cargo de ministro da Justiça.
A polêmica envolvendo o ministro da Justiça ocorre em um momento difícil para o governo do premiê Naoto Kan, cuja popularidade vem caindo acentuadamente em meio às dificuldades do governo em estimular a economia do país.
Kan também é criticado pela forma como vem lidando com disputas territoriais com a China e a Rússia.
Segundo uma pesquisa de opinião publicada nesta segunda-feira pelo diário Mainichi Shimbun, o atual governo japonês tem o apoio de apenas 26% dos eleitores, numa queda de 23 pontos percentuais em relação a outubro.