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Movimentos sociais lançam programa de governo alternativo

Redação - Bonde
23 abr 2006 às 17:18

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Marcha programada para junho, Brasília, irá divulgar o documento - Valter Campanato/ABr
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Entidades reunidas na Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), afirmaram neste domingo (23) que, em vez de apoiar um candidato nas eleições presidenciais de outubro, lançarão um programa de governo alternativo apresentando à sociedade o ponto de vista delas sobre as propostas necessárias ao país.

A decisão foi divulgada durante a Plenária Nacional dos Movimentos Sociais, evento da CMS integrante do 2º Fórum Social Brasileiro, que será encerrado hoje.

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Segundo Gilson Reis, da direção nacional da CUT, a idéia é realizar uma grande marcha dos movimentos a Brasília em junho, para divulgar o documento. E marcar a oposição à atual política econômica, anunciada publicamente, segundo os movimentos, na Carta ao Povo Brasileiro, divulgada pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2002. "Essa carta, na verdade, não era destinada ao povo brasileiro, mas ao sistema financeiro", diz Gilson Reis.

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João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, explica que "esse programa não é para fazer disputa eleitoral – o objetivo central das ações dos movimentos sociais é pensar ações de longo prazo". E acrescenta: "Nós queremos que os candidatos tenham claro o que nós pensamos sobre temas como a política econômica e a educação."

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A "nova carta" está em debate na plenária dos movimentos sociais, hoje, e uma versão preliminar deverá ser apresentada na terça-feira (25) em São Paulo, segundo Gilson Reis. A Agência Brasil teve acesso ao documento, que se divide em tópicos como "soberania nacional", "mais democracia" e "mais direitos".


Entre as mudanças defendidas na política econômica estão o estabelecimento de metas de crescimento (em contraponto às metas de inflação) e a realização de auditorias nas dívidas interna e externa.


Além de avanços nos direitos sociais, também são colocados como pontos centrais da carta a realização de uma reforma política, a ampliação da democracia direta e a democratização dos meios de comunicação. No campo da política externa, está a oposição à ampliação do livre comércio, em particular o veto total à criação da Àrea de Livre Comércio das Américas. A carta ainda pede o aprofundamento das ações de solidariedade com o Haiti.

Informações da ABr


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