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Equilíbrio

Nem Gordo, nem magro. Mais importante é ser saudável

Redação Folha de Londrina - Chiara Papali
11 fev 2008 às 20:18

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Ditadura da magreza: ‘‘Padrão estético que a mídia coloca, faz os normais se sentirem frustados porque não conseguem chegar naquele padrão’’ - Arquivo Bonde
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Para estar bem com o próprio corpo basta apenas estar magro? Ou é possível ser gordo e saudável? Matérias e artigos sobre obesidade publicados na Folha de Londrina levantaram a polêmica. Mas, o que parece ser apenas questão de estética, ou de escolha, passa por algo ainda mais importante - a saúde.

A nutricionista funcional Silvia Serra, de Londrina, explica que um organismo é considerado saudável quando todos os seus órgãos funcionam bem, independente da estética. ''Se o corpo está cumprindo todo seu ciclo bioquímico, com certeza não estará gordo, como também não estará anoréxico'', afirma, lembrando que nem sempre o bebê gordinho é saudável, assim como o indivíduo muito magro.

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A nutricionista Mikaela Somomura, de Londrina, esclarece que a obesidade é considerada uma doença, além de problema de saúde pública. Isto porque principalmente a chamada gordura abdominal está relacionada a males sérios, como problemas cardíacos e vasculares, hipertensão, alteração do colesterol e diabetes. ''Não é só estética. A obesidade mórbida traz um risco de morte muito grande por causa dessas doenças associadas'', alerta.

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O ortopedista Marcus Vinicius Danieli, de Londrina, publicou uma carta na Folha alertando para outros perigos da obesidade na área da ortopedia. Segundo ele, os quilos a mais no corpo representam uma carga extra para as articulações, o que pode piorar doenças que aparecem com o envelhecimento, como a artrose, desgaste das articulações.

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Ele ressalta ainda que qualquer cirurgia no paciente obeso apresenta mais riscos por conta das doenças associadas, além da maior dificuldade de cicatrização. Um simples gesso também é mais complicado porque não se consegue, por causa da gordura, uma imobilização ideal. ''Não existe obesidade saudável, nosso corpo - articulações e sistema endócrino - não foi preparado para isso'', afirma.


Mikaela lembra ainda que a questão da longevidade está ligada a um bom estado de saúde, o que se consegue com qualidade de vida, que significa boa alimentação, prática de exercícios físicos e lazer. ''É difícil achar uma pessoa idosa, com 80 anos, obesa'', ressalta.

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Mas, tudo isso não quer dizer que é preciso ser magro a qualquer custo e se render à ''ditadura da magreza''. ''Hoje há um padrão estético 'ideal' que a mídia coloca, fazendo os normais se sentirem frustados porque não conseguem chegar naquele padrão. É preciso estabelecer metas reais, pensando na saúde'', alerta a psicóloga Liz Von Der Maase, uma das coordenadoras do programa de
reeducação alimentar Calorias Inteligentes em São Paulo.


Quem faz uso de ''fórmulas'' para emagrecer - que normalmente associam anfetaminas, diuréticos e ansiolíticos, quando não outras substâncias como hormônios e antidepressivos - também está arriscando a vida. A associação dessas substâncias, proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), já causou a morte de uma jovem em Londrina em 2001, e tem sido motivo para processos contra vários médicos, farmacêuticos e donos de farmácias, que prescrevem e vendem esses remédios.

As nutricionistas ressaltam que para buscar a saúde não é preciso radicalizar e cortar da alimentação o churrasco, a lasanha, o pãozinho com manteiga, a macarronada ou os doces. Dentro de uma alimentação saudável, segundo elas, há espaço para tudo, claro que sem exageros. ''O normal é se alimentar várias vezes ao dia em quantidades moderadas, até de doce. Não é preciso se privar de nada. O obeso não deve se sentir recriminado, mas buscar ajuda'', afirma Silvia.


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