Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram hoje (11) para discutir formas de cooperação para amenizar a situação da imigração no Mar Mediterrâneo. De acordo com informações apresentadas durante a reunião pelo representante especial das Nações Unidas para a Migração Internacional, Peter Sutherland, nos primeiros 150 dias de 2015, mais de 1,8 mil pessoas morreram tentando atravessar para a Europa. Cerca de 51 mil chegaram em solo europeu pelo mar, fugindo da guerra e da miséria que assolam países do Oriente Médio, da África e Ásia.
Sutherland enfatizou que uma ação coletiva centrada na necessidade imediata de salvar vidas precisa ser colocada em prática, ou a situação representará uma "falha moral". Ele destacou prioridades, por exemplo, salvar vidas, reforçar a legislação contra o tráfico de pessoas, ampliar a solidariedade entre as nações e intensificar os esforços pela paz, para que as pessoas não precisem deixar os seus países de origem.
O representante especial das Nações Unidas pediu mais atenção para países menores, como o Líbano e a Jordânia, que juntos abrigam mais de 1,8 milhão de refugiados da Síria. "Precisamos de mais países de reassentamento. Apenas metade dos 28 estados-membros da União Europeia pratica o reassentamento", disse.
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O Conselho de Segurança também ouviu representantes da União Europeia e da União Africana. A chefe da Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini, informou que uma nova agenda sobre a questão da imigração será apresentada na próxima quarta-feira (13) e que o bloco econômico já triplicou o financiamento de suas operações de busca e resgate.
Mogherini ressaltou, entretanto, que o alvo da União Europeia é "destruir o modelo de negócio" dos criminosos que coordenam o tráfico de pessoas pelas rotas do Mar Mediterrâneo, garantindo que os navios sejam identificados, capturados e destruídos. Mas, para que a ação seja iniciada, é preciso autorização do Conselho de Segurança. "Há passos que a União Europeia dará em total respeito à lei internacional mesmo antes que uma resolução seja adotada, mas eu estou muito confiante, pelo nível de entendimento, de consciência e de vontade política que eu encontrei aqui hoje, que uma resolução é possível de ser obtida em um futuro razoável", disse.