Os responsáveis pelas principais agências mundiais de migração, refugiados e direitos humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU), pediram hoje (23) à União Europeia (UE) que alargue a atual perspectiva minimalista em matéria de imigração.
Os representantes da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Husein, e para os Refugiados, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), William Lacy Swing, divulgaram declaração conjunta sobre a resposta europeia à crise no Mar Mediterrâneo.
Eles consideraram que a "perspectiva minimalista" da UE ficou evidente com o primeiro conjunto de medidas que o bloco comunitário anunciou, no início da semana, para responder à crise da imigração no Mediterrâneo.
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As medidas da UE procuram ser uma resposta à escalada sem precedentes da saída incessante de embarcações da Líbia, com destino à Europa, que naufragam frequentemente, como o acidente que no último fim de semana causou a morte de cerca de 800 migrantes.
"[A perspetiva do] cumprimento das leis não vai resolver o problema da migração irregular, e apenas pode aumentar os riscos e abusos que sofrem os migrantes e refugiados", disseram os representantes da ONU.
António Guterres e William Swing participam das operações de socorro aos migrantes resgatados no Mediterrâneo, quando chegam a solo europeu, principalmente na Itália e na Grécia.
Para os responsáveis da ONU, a UE deve olhar "além da atual situação e trabalhar com os países de origem e trânsito para eliminar o sofrimento dos migrantes e refugiados". A solução, segundo eles, passa por aliviar os fatores que levam as pessoas a realizar travessias marítimas tão perigosas e desesperadas.
Guterres e Swing recomendaram que a ação coletiva da UE inclua, em primeiro lugar, uma operação de busca e socorro importante, proativa e com recursos suficientes para a missão de salvar vidas, e destacaram a importância de criar canais suficientes de imigração regular e segura.
Outro elemento fundamental, na opinião deles, é que a UE se comprometa a receber mais refugiados do que aqueles atualmente aceitos, para ter um verdadeiro impacto.