Um estudo feito por cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, aponta que o fato de pessoas com câncer estarem otimistas ou pessimistas em relação a uma cura não influencia diretamente nas chances de sobrevivência à doença.
O estudo, publicado na revista científica Cancer, analisou 1.093 pacientes com tumores na cabeça e no pescoço, que responderam a um questionário sobre seus sentimentos em relação à doença.
Ao fim da experiência, 646 pessoas haviam morrido, entre eles tanto pacientes que disseram ter um olhar otimista sobre a doença quanto os que disseram ser pessimistas sobre suas chances.
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"A esperança de que podemos usar nosso estado emocional para lutar contra o câncer parece estar equivocada", disse James Coyne, que liderou a pesquisa.
Espírito de luta - Os especialistas, no entanto, ponderaram que ter um olhar otimista sobre a doença e "um espírito de luta" pode ajudar os pacientes a lidarem melhor com os tratamentos do câncer e a retomarem "uma vida normal".
"Se os pacientes querem fazer psicoterapia com objetivo de encarar com mais naturalidade o fato de que têm a doença, devem aproveitar a oportunidade. Mas não acredito que devem procurar ajuda psicológica apenas com a expectativa de que, com isso, poderão prolongar seu tempo de vida", acrescentou Coyne.
Para Jane Maher, do grupo Macmillan, que apóia pacientes com câncer na Grã-Bretanha, apesar de o estudo ter mostrado que não há ligação direta entre o estado emocional e sobrevivência à doença, os sentimentos podem influenciar a longo prazo.
"Cada vez mais pessoas estão sobrevivendo ao câncer e esta sobrevivência pode ser influenciada pelas emoções. Por exemplo, depressão e ansiedade podem prejudicar as pessoas a retomarem uma vida normal", disse Jane.