O Brasil é o primeiro país da América Latina a acabar com a transmissão da doença de Chagas pelo barbeiro (Triatoma infestans). O reconhecimento é da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que nesta sexta-feira entregou ao ministro da Saúde, Agenor Álvares, a Certificação Internacional de Eliminação da Transmissão da Doença de Chagas.
Para conceder o certificado, desde 2000, uma comissão internacional formada por especialistas em Saúde das Américas visitou cada estado brasileiro para verificar a predominância do barbeiro nas residências.
Em 2005, das cerca de 1,9 milhão de casas visitadas, foram encontrados pouco mais de 200 insetos, mas todos sem risco de transmitir a doença. Há cerca de 20 anos, a mesma pesquisa encontrou 250 mil barbeiros na mesma amostragem de casas.
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De acordo com a Opas, a Bahia foi o último estado brasileiro que apresentou transmissão da doença de Chagas pelo barbeiro. "A Organização Mundial da Saúde e o sanitarismo da América comemoram o triunfo para o Brasil, para a América e para o mundo. Esse é um aporte que o Brasil faz à América e para o mundo", diz o representante da organização no Brasil, Horácio Toro.
Outra evidência de que a transmissão pelo barbeiro está interrompida foi a conclusão de exames de sangue feitos em crianças de zero a cinco anos para detectar a doença – apenas oito casos foram confirmados, dentre as 90 mil amostras colhidas.
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o desafio agora é manter a vigilância permanente. "Mesmo com a eliminação do Triatoma infestans, temos outros vetores, que são vetores silvestres e não são erradicáveis. Então sempre persistirá o risco. Mas a doença de Chagas agora no Brasil passará a ser uma doença ocasional, acidental, e de um número muito pequeno de casos", afirma.
Agência Brasil