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Pais que jogaram ácido na filha defendem ataque

BBC Brasil
05 nov 2012 às 13:56

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- Reprodução
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Um casal preso no Paquistão suspeitos do assassinato da filha com ácido disse nesta segunda-feira que o ataque ocorreu porque a menina olhou para um garoto.

O pai de Anusha, de 15 anos, disse à BBC que temia que a atitude da menina pudesse desonrar a família. Muhammad Zafar também é acusado de ter espancado a filha e mantido a adolescente isolada por um dia, sem acesso a cuidados médicos.

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A mãe disse que era o "destino" da garota morrer dessa maneira.

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Ela teve mais de 60% do corpo queimado pelo ácido.

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Os dois foram detidos na semana passada em uma vila remota do distrito de Kotli, na Caxemira paquistanesa (a região é disputada com a Índia e cada país administra uma parte do território).


A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão identificou 943 casos de mortes de mulheres por questão de desonra no ano passado. O número representa um aumento de cem ocorrências em relação a 2010.

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A polícia diz que o incidente começou a ser investigado após uma queixa da irmã mais velha de Anusha.


De acordo com a versão do pai, "um garoto chegou de moto. Ela (Anusha) virou-se para olhar para ele duas vezes. Eu disse a ela para que não fizesse isso, porque era errado. As pessoas falam de nós porque nossa filha mais velha era assim também".


A mãe, Zaheen, relata as últimas frases da filha. "Ela disse que não tinha feito de propósito, e que não olharia de novo. Mas aí eu já tinha jogado o ácido. Era o destino dela morrer dessa maneira".


Segundo a polícia, este é um dos primeiros ataques do tipo na Caxemira paquistanesa, região onde a prática é relativamente rara.



















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