Um casal preso no Paquistão suspeitos do assassinato da filha com ácido disse nesta segunda-feira que o ataque ocorreu porque a menina olhou para um garoto.
O pai de Anusha, de 15 anos, disse à BBC que temia que a atitude da menina pudesse desonrar a família. Muhammad Zafar também é acusado de ter espancado a filha e mantido a adolescente isolada por um dia, sem acesso a cuidados médicos.
A mãe disse que era o "destino" da garota morrer dessa maneira.
Leia mais:
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Jornalista paranaense é assassinado a tiros no México, diz imprensa local
Ela teve mais de 60% do corpo queimado pelo ácido.
Os dois foram detidos na semana passada em uma vila remota do distrito de Kotli, na Caxemira paquistanesa (a região é disputada com a Índia e cada país administra uma parte do território).
A Comissão de Direitos Humanos do Paquistão identificou 943 casos de mortes de mulheres por questão de desonra no ano passado. O número representa um aumento de cem ocorrências em relação a 2010.
A polícia diz que o incidente começou a ser investigado após uma queixa da irmã mais velha de Anusha.
De acordo com a versão do pai, "um garoto chegou de moto. Ela (Anusha) virou-se para olhar para ele duas vezes. Eu disse a ela para que não fizesse isso, porque era errado. As pessoas falam de nós porque nossa filha mais velha era assim também".
A mãe, Zaheen, relata as últimas frases da filha. "Ela disse que não tinha feito de propósito, e que não olharia de novo. Mas aí eu já tinha jogado o ácido. Era o destino dela morrer dessa maneira".
Segundo a polícia, este é um dos primeiros ataques do tipo na Caxemira paquistanesa, região onde a prática é relativamente rara.