Entre 1991 e 2006, os católicos no Brasil passaram de 83,8% para 68% da população. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada em parceria entre as universidades federais de São Paulo (Unifesp) e de Juiz de Fora (UFJF). Enquanto isso, os evangélicos no país passaram de 9% para 24%, no mesmo período. A pesquisa também aponta que 5% dos entrevistados em 2006 afirmaram não ter religião, e 5% declaravam outras religiões.
Para o pesquisador da UFJF e co-autor do estudo Alexander Moreira de Almeida, os estudos apontam que está havendo uma migração de fiéis da igreja católica para a evangélica. Ele também avalia que o número de católicos vem diminuindo porque antes era praticamente a única igreja existente no Brasil. "Se 100% eram católicos, ela só pode perder, não poderia ganhar".
Almeida avalia que a principal novidade da pesquisa foi a investigação não apenas da religião escolhida, mas também do grau de envolvimento dos fiéis com a religião. Segundo ele, essa é a primeira pesquisa brasileira que mostra esses dados. O estudo mostra que 83% dos pesquisados consideram a religião muito importante em suas vidas, e cerca de 11% não se prendem a apenas uma única crença. A participação em atividades em templos religiosos também se mostrou alta: 55% do total freqüentam esses espaços ao menos uma vez por mês.
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Ao avaliar as diferenças constatadas entre sua pesquisa e uma outra divulgada pela Fundação Getúlio Vargas nesta semana, Almeida afirma que elas ocorreram especialmente pelo espaço de tempo entre as duas consultas. A pesquisa da FGV, realizada em 2003, detectou que o número de católicos no país correspondia a 74% da população (estável, em relação a 2000), enquanto os evangélicos eram 17,9% (eram 16,2%, em 2000).
A pesquisa da Unifesp e da UFJF foi realizada por amostragem, com mais de 3 mil pessoas, em 143 municípios de todo o país. Segundo os pesquisadores, esse número de entrevistas é suficiente para garantir estatisticamente os resultados. O último estudo ostensivo sobre religiões no país foi feito pelo Censo de 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Agência Brasil