Além de ter renda muito baixa, os 49 milhões de brasileiros considerados pobres - que ganham até meio salário mínimo - sofrem com outras consequências da miséria: têm pouco acesso a serviços essenciais, como saneamento básico e educação.
A Situação da População Brasileira, pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cruzou dados de renda e outros indicadores sociais de 2001 para mostrar como a pobreza interfere na qualidade de vida da população.
Das pessoas que ganhavam até meio salário mínimo no ano passado, apenas 31,6% tinham acesso a esgoto, água e coleta de lixo, enquanto no grupo com renda superior a dois salários mínimos 86% eram beneficiadas com esses serviços.
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Na faixa dos mais pobres que moravam no Nordeste, esse porcentual era ainda menor, de 21,6%, ante 55,8% no Sudeste. Já entre os mais ricos, a proporção dos atendidos por rede de saneamento básico (que inclui os três serviços acima) chegava a 93,4% no Sudeste e 77% no Nordeste.
Em relação à escolaridade do brasileiro, as diferenças também eram grandes. O IBGE pegou duas faixas: os 20% mais pobres e os 20% mais ricos da população. No primeiro grupo, apenas 26,9% das pessoas entre 18 e 24 anos frequentavam a escola, ante 50,6% dos mais ricos.
A pesquisa ressalta que, apesar de o acesso à escola das crianças de 7 a 14 anos estar praticamente universalizado (96%), a defasagem das mais pobres ainda é muito grande. Aos 7 anos, 18,7% das crianças de famílias com renda de até meio salário mínimo per capita estavam atrasadas. A defasagem atingia o máximo de 85% na faixa de 14 anos nesse nível de renda.
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina desta quarta-feira.