Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus é a primeira santa brasileira. Ela foi canonizada neste domingo pelo pelo Papa João Paulo II, em cerimônia realizada na Praça São Pedro, no Vaticano.
Nascida no dia 16 de dezembro de 1865, em Vigolo Vattaro, um povoado perto da cidade de Trento, na Itália, que na época fazia parte do Império Austro-húngaro, Amabile Lucia (seu nome de batismo), era a segunda filha do pedreiro Napoleone Visintainer e de sua segunda mulher Anna Pianezzer.
Ela tinha apenas oito anos quando a família imigrou da Itália para o Brasil atraída pela promessa de terras fartas e férteis. Os primeiros tempos foram duros, como para a maioria dos imigrantes. Até os 11 anos, Amabile não sabia ler e nem escrever.
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Na casa da futura Madre Paulina reinava a paz, apesar da pobreza e do trabalho, sendo que, desde o início, sua vida foi cheia de obstáculos. Em 1887, quando Ambile estava com 21 anos, recebeu o primeiro de uma série de duros golpes: sua mãe morreu de parto, aos 47 anos. À dor dessa perda, somou-se uma outra ainda maior, sem a mãe teria que cuidar da casa e da família, como irmã mais velha. E assim, teria que abrir mão do sonho de ser freira. Esse sonho só se tornou realidade no dia 12 de julho de 1890, data lembrada como marco do início da vida consagrada da santa.
De características de mulher tirolesa, como laboriosidade, coragem, fortaleza, piedade profunda, fidelidade e amor à família e seriedade em todo trabalho, Amabile recebeu seu nome religioso aos 29 anos, tornando-se a Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. A sua virtude mais marcante, pórem, e mais atraente era a humildade.
Com tudo isso, a partir de março de 1938, Madre Paulina começou a manifestar graves problemas de saúde devido à diabete. E uma simples ferida não cuidada, provocada pelo corte de unha do dedo médio da mão direita, produziu uma grave infecção no dedo e na mão. Foi necessário, então, amputar o dedo. Como a grangena atingiu a mão e o antebraço, foi preciso amputar o braço direito. A crise diabética foi tão grave que ela começou a perder a vista até a cegueira completa nos últimos meses de vida.
Foi no dia 8 de julho de 1942 que Madre Paulina entrou em pré-agonia. Ela faleceu no dia 9 de julho, às 5h50 , deixando em todos a impressão de paz e de uma alma santa que entrava na eternidade. A fé foi uma das virtudes mais marcantes na vida da beata, como a obediência, o amor e a veneração pelo Santo Padre, bispos, sacerdotes, superiores e toda autoridade religiosa ou civil.