Curitiba - Os produtores que estão se preparando para o plantio da safra de verão 2004/2005 devem ter cautela com o clima. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) avisa que este ano deverá repetir as variações climáticas o do ano passado, quando uma estiagem provocou a redução de quase dois milhões de toneladas na safra de soja.
De acordo com o chefe do Inmet em Curitiba, Luiz Renato Lazinski, este é o segundo ano consecutivo que o clima não será influenciado pelas correntes El Nino e La Nina. Com isso, a previsão é de chuvas irregulares e mal distribuídas, com possibilidade de ocorrer uma estiagem durante o desenvolvimento da safra de verão, como ocorreu no ano passado.
De acordo com o coordenador de Acompanhamento de Safra da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara, durante a safra passada o clima se desenvolveu bem para as culturas até o início de janeiro deste ano. Depois que houve um período acentuado de estiagem que prejudicou a soja e fez com que os produtores desistissem de plantar o milho safrinha, que influenciou na queda de produção.
Lazinski recomenda aos produtores que procurem fazer um escalonamento do cultivo para a próxima safra de verão, evitando plantar toda a área de uma só vez. O ideal é que o plantio seja feito em três épocas diferentes. ''Antes de escalonar seu plantio, no entanto, os produtores precisam procurar a assistência técnica'', avisa. Luiz Renato Lazinski aconselha os agricultores a dar uma atenção cada vez maior às informações meteorológicas ao planejarem suas atividades.
No meio de notícias climáticas pouco estimulantes, uma boa notícia: o próximo verão deverá registrar temperaturas mais amenas, abaixo da média, o que poderá beneficiar a safra de milho.
Para Ortigara, o produtor não tem muito o que fazer. Os prejuízos da safra passada começaram a ocorrer em janeiro, quando o plantio de todas as culturas estavam em fase adiantada. O técnico lembra que se o produtor retardar o plantio poderá não aproveitar o período de melhor potencial de desenvolvimento para a planta.
Na safra passada, o prejuízo com a soja gerou perdas avaliadas em R$ 1,4 bilhão. A colheita revelou uma produção de 9,9 milhões de toneladas, abaixo da expectativa da época que era de produzir 11,9 milhões de toneladas de soja. O plantio do milho safrinha, que inicia normalmente em janeiro, foi prejudicado pela desistência dos produtores porque o solo estava muito seco. Deixaram de ser plantados no Estado 350 mil hectares com o milho safrinha e o produtor deixou de faturar mais de R$ 570 milhões com a cultura.
A irregularidade do clima também prejudicou a safra de inverno. Temperaturas altas e excesso de umidade provocaram o surgimento de doenças fúngicas no trigo, que provocaram a perda de 183 mil toneladas em relação à previsão inicial de produção. O prejuízo foi avaliado em R$ 76 milhões.
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Folha de Londrina