Muçulmanos de vários países protestaram, hoje (16), contra o jornal francês Charlie Hebdo, que acusam de blasfemar contra o Islã e ridicularizar o profeta Maomé. A sexta-feira é um dia sagrado de oração e descanso para o Islamismo.
Na capital da Jordânia, Amã, o protesto acabou em confronto entre manifestantes e policiais. A polícia usou balas de borracha e cassetetes para dispersar a multidão que tentava chegar a embaixada da França, empunhando cartazes com a frase "insultar o profeta é o terrorismo global". Várias pessoas foram detidas.
Os protestos mais graves aconteceram na República do Níger, na África Ocidental. Em Zinder, a segunda principal cidade do país, perto da fronteira com a Nigéria, igrejas foram incendiadas, lojas invadidas e um centro cultural francês depredado por manifestantes. De acordo com as autoridades locais, pelo menos quatro pessoas morreram e 45 ficaram feridas durante as manifestações.
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Na República Islâmica da Mauritânia, no Noroeste da África, milhares de pessoas caminharam a partir da grande mesquita de Nouakchott, com a presença do presidente Mohamed Ould Abdel Aziz. Em breve discurso, ele disse: "Eu sou muçulmano, somos todos muçulmanos. Nós lutamos contra o terrorismo no nosso próprio país e pagamos um preço elevado".
Em Dacar, capital do Senegal, a bandeira francesa foi queimada em frente à Embaixada de França por um grupo de manifestantes que gritava slogans em louvor de Maomé e contra o Charlie Hebdo. A polícia usou gás lacrimogênio para dispersar a multidão. Vários manifestantes criticaram o presidente Macky Sall por ter participado na marcha em Paris, no domingo, contra o "terrorismo".
Também houve protestos na Turquia, no Irã e no Paquistão, onde um fotógrafo da agência France Press, Asif Hassan, foi atingido por um tiro durante uma manifestação reprimida pela polícia da capital, Karachi. Levado ao hospital, Hassan foi submetido a uma cirurgia. Seu estado de saúde ainda não foi informado. Ao menos outras duas pessoas ficaram gravemente feridas.