Um dos principais eventos de esporte motorizado, o Rali Dacar (ex-Paris-Dacar), foi cancelado nesta sexta-feira, um dia antes da largada, por conta de preocupações com segurança.
Segundo um comunicado oficial dos organizadores, a decisão foi tomada com base na atual tensão politica internacional e no assassinato de quatro turistas franceses na Mauritânia na semana passada, em crime atribuído à rede Al Qaeda.
O rali de 6 mil quilômetros, a maior corrida off-road do mundo, teria 15 etapas, sendo 8 delas na Mauritânia.
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O comunicado também diz que "houve ameaças diretas lançadas contra a corrida por organizações terroristas" e que por conta disso os organizadores não podiam tomar "nenhuma outra atitude a não ser cancelar o evento".
A corrida vinha sendo realizada sem interrupções desde 1979. Segundo os organizadores, o cancelamento neste ano não põe em risco o evento do ano que vem.
Verificações técnicas
A organização do rali interrompeu a verificação técnica dos automóveis na manhã de sexta-feira, surpreendendo os pilotos e equipes.
"Eu tinha ouvido esse boato (do cancelamento), mas achei que o rali ia acontecer de qualquer jeito", disse o piloto brasileiro Paulo Nobre, da equipe oficial XR 3 BMW.
"Eu achei que iam mudar uma ou outra etapa, colocar uns militares ao longo do percurso. Para mim, isso é muito estranho."
"Não ter o Dacar é a mesma coisa que imaginar um ano no Brasil sem o Rali dos Sertões."
Participariam do evento 214 carros, 272 motos e 102 caminhões, mais os carros de apoio. O cancelamento causa um prejuízo bilionário – só com o custo do equipamento – além de prejuízos com a publicidade.
A corrida começaria no sábado, partindo de Lisboa, e terminaria em Dacar, no Senegal, depois de passar pelo Marrocos e a Mauritânia.
O governo francês já havia aconselhado seus cidadãos a não viajar para a Mauritânia.
As informações são da BBC Brasil.