O Fórum Nacional de Secretários de Transporte, que se reuniu nesta quinta-feira em Brasília, concluiu que nos próximos quatro anos o governo terá que investir até R$ 35 bilhões para recuperar as rodovias federais.
Segundo o presidente do fórum, o secretário de Transportes e Obras de Minas Gerais, Agostinho Patrús, levantamento do Ministério dos Transportes e das secretarias estaduais indica que a situação da maioria das rodovias é péssima ou ruim.
"Há recursos para serem usados. A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), criada para preservar estradas, arrecadou R$ 8 bilhões em 2002", destacou Patrús. A Cide recolhe R$ 0,50 de cada litro de gasolina e R$ 0,23 do diesel vendido no país.
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Patrús lembrou que parte da Cide não será arrecadada neste ano, já que os investimentos não estão sendo feitos e as distribuidoras de combustível entraram com liminares na justiça. "Com isso, haverá uma perda de R$ 3,5 bilhões", informou.
De acordo com o secretário, uma boa malha viária é condição indispensável para o crescimento econômico esperado pelo governo. Ele citou os casos de Bahia, Goiás e Minas Gerais, onde as estradas estão em piores condições. Nesses estados, o tráfego rodoviário é intenso.
Os secretários elegeram obras emergenciais para reivindicar ao governo, dando preferência às vias que servem mais de um estado. O secretário de São Paulo, Paulo Tromboni, citou como exemplo a rodovia Fernão Dias, que liga seu estado ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais. Para ele, a solução em muitos casos seria passar para a responsabilidade estadual as rodovias federais. Na região Sul, as rodovias prioritárias serão as que ligam o Brasil aos parceiros do Mercosul, especialmente em Santa Catarina e Rio Grande Sul.
Outra demanda do fórum é que a região Nordeste receba mais recursos. Segundo o secretário da Bahia, Heraldo Tinoco, o Nordeste tem cerca de um terço da malha viária do país, mas receberá apenas 20% do orçamento deste ano para transporte. "Dos dez piores trechos de rodovias federais, seis estão na nossa região", completou Tinoco.
Informações da Agência Brasil