A série de audiências de um tribunal militar norte-americano contra o soldado Bradley Manning recomeçou neste sábado em Fort Meade (Maryland), um dia depois de negado um pedido da defesa para que fosse mudado o oficial que preside o julgamento. Desde esta sexta-feira, o tribunal militar está fazendo uma série de audiências para decidir se Manning, que completou 24 anos neste sábado, será submetido a uma corte marcial.
Manning é acusado de ter vazado mais de 260 mil telegramas confidenciais da diplomacia norte-americana para o WikiLeaks. As audiências iniciadas ontem têm o objetivo de determinar se existem evidências suficientes para que o soldado seja levado à corte marcial - na qual ele poderá ser condenado à morte por revelar segredos ao "inimigo".
Na sexta-feira, os advogados de Manning pediram a mudança do oficial que preside as audiências militares, o tenente-coronel da reserva Paul Almanza, sob o argumento de parcialidade; Almanza é funcionário do Departamento de Justiça, onde participa de um inquérito sobre o WikiLeaks e seu editor-chefe, Julian Assange, que também poderão ser processados. O advogado de Manning, David Coombs, também contestou o fato de Almanza não ter permitido o depoimento dos oficiais que haviam marcado como secreto o material que foi publicado pelo WikiLeaks. O Tribunal Criminal de Recursos do Exército negou o pedido.
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Ao comparecer ao tribunal nesta sexta, Manning deixou pela primeira vez o confinamento solitário em que estava há 19 meses. As audiências são abertas ao público, embora com número limitado de assentos e com proibição à presença de câmeras e gravadores. Do lado de fora da base militar de Fort Meade, dezenas de manifestantes se concentraram para apoiar Manning e protestar contra o processo.
"Planejo marchar toda a noite e chamar a atenção o máximo possível, para deixar o país inteiro ciente de que temos um herói que está sendo julgado por nada mais do que dizer a verdade", disse Dan Choi, um graduado da Academia Militar de West Point que foi afastado das Forças Armadas por revelar que é homossexual. Além da acusação de ter "vazado" os telegramas para o WikiLeaks, Manning também é suspeito de ter passado ao site um vídeo que mostra soldados norte-americanos massacrando um grupo de civis iraquianos desarmados em 2007.
Mandie Stanley, esposa de um militar da Força Aérea que reside dentro da base de Fort Meade, manifestou opinião contrária, confrontando os manifestantes com um cartaz dizendo "Não vaze informações secretas, estúpido".