A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10% da população mundial tenha algum tipo de deficiência auditiva. Dados do IBGE, em 2000, mostram que no Brasil quase 6 milhões das pessoas se declaram portadoras de deficiência auditiva.
"O número de cidadãos com problemas auditivos é ainda maior do que os oficiais. Boa parte não é registrada nem diagnosticada. A OMS considera que a perda auditiva em decorrência da exposição ao ruído é a segunda causa de surdez no mundo", alerta a dra. Mara Edwirges Rocha Gândara, membro do Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Paulista de Medicina (APM).
De todas as causas da surdez, a mais ligada ao mundo moderno é o excesso de ruído provocado por produtos tecnológicos. Atinge principalmente quem é exposto constantemente a elevado volume sonoro. Esta exposição a sons ou barulhos acima dos limites de tolerância pode lesar a orelha interna - as células da cóclea - e causar uma surdez irreversível. Exemplo é o caso do cantor Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest que perdeu 30% da audição do ouvido direito pelo uso do earfone - fone para ouvir o que o público está recebendo como som, o chamado retorno.
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"A deficiência auditiva causada por ruído é doença prevenível, e não há legislação bem definida para defender os trabalhadores. Mas apenas nos grandes centros existe um bom controle nesse sentido", pondera dra. Mara.
O efeito do ruído sobre a orelha é cumulativo. Dependendo do volume e do tempo de exposição, pode haver lesão irreversível.
De acordo com a dra. Mara, é imprescindível evitar os sons muito alto. A exposição até 85 decibéis (dB) durante 8 horas por dia está dentro do limite de tolerância. Confira abaixo alguns volumes mais conhecidos:
Voz Humana - 50 a 60 dB
Ruas - 70 a 80 dB
Aspirador de Pó - 90 dB
Discoteca 100 - dB
Conjunto de Rock - 110 dB
Buzinas de Carro - 110 dB
Motocicleta - 120 dB
Decolagem de Avião - 150 dB