Diversas categorias de servidores públicos poderão suspender as atividades nesta terça-feira em protesto contra a reforma da Previdência que está sendo elaborada pelo governo federal.
Um dos segmentos mais envolvidos no movimento é o dos professores de cursos superiores, que pretendem paralisar universidades federais e estaduais em todos os Estados, por 24 horas.
Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes), José Domingues de Godoi, haverá manifestações para alertar as autoridades sobre ''Não é possível fazer a reforma nos moldes que eles querem fazer, em apenas três meses'', protestou o sindicalista.
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Os servidores pretendem fazer uma passeata na Esplanada dos Ministérios e uma manifestação no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. As atividades serão encerradas com um ato na Universidade de Brasília, à noite.
Na noite desta terça-feira à noite, os organizadores farão uma avaliação sobre o grau de envolvimento que cada categoria terá no dia seguinte.
Embora essa paralisação seja de apenas um dia, Godoi alertou que se o projeto de Lei Complementar nº 9 for colocado em votação na Câmara dos Deputados, os servidores entrarão em greve imediatamente.
O chamado PL-9, que estabelece teto de aposentadoria para o funcionalismo e autoriza a criação de previdência complementar para os servidores, e já estava pronto para ser votado em plenário, ''está na geladeira'', como disse o próprio presidente da Câmara, João Paulo Cunha, sexta-feira passada.
Mas voltará à pauta no âmbito da reforma previdenciária, garante o governo. O funcionalismo pretende ainda estender o debate sobre a reforma da Previdência com outros segmentos da sociedade civil e quer divulgar, no próximo dia 20, uma cartilha explicando aos servidores a avaliação dos sindicatos sobre a reforma.
Para o dia 27 de abril está prevista uma plenária dos servidores, para avaliar os acontecimentos das próximas semanas.
Os sindicalistas aguardam ainda a apresentação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2004, na qual haverá uma sinalização do tratamento que será dado à categoria. ''Aí não poderão mais dizer que é o orçamento do governo anterior'', observou Godoi.