Morreu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos, Silvio Berlusconi, senador e ex-primeiro-ministro da Itália protagonista da vida política naquele país nas últimas três décadas.
O líder do partido conservador FI (Força Itália) tinha sido internado na sexta-feira (9) no Hospital San Raffaele, em Milão, para fazer exames programados no quadro de uma leucemia crônica. A família confirmou o óbito na manhã desta segunda.
Berlusconi governou a Itália por três vezes: de 1994 a 1995, 2001 a 2006 e 2008 a 2011. Era senador da República desde o fim de 2022, e integrava a base de apoio da premiê Giorgia Meloni.
Leia mais:
Em nova acusação contra Diddy, homem diz que foi drogado e estuprado em carro
Opas se preocupa com aumento de casos de dengue, oropouche e gripe aviária nas Américas
La Niña ainda pode ocorrer em 2024, mas sem força para reverter aquecimento, diz agência
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Empresário de sucesso no ramo imobiliário e de mídia, além de um dos italianos mais ricos, Berlusconi é recordista de tempo no poder na era republicana do país. Ainda mantinha influência na política nacional, mesmo que cada vez menor nos últimos anos.
Formado em direito, construiu uma reputação de homem de negócios: investiu em meios de comunicação, empresas de publicidade, alimentícias e na construção civil. Ainda estabeleceu um canal de TV a cabo, Telemilano, que se tornou o conglomerado Mediaset. Comprou um dos maiores clubes do país, o Milan, que viveu o período mais vitorioso sob o comando do ex-premiê, que posteriormente o vendeu em 2017.
Consolidado como empresário, Berlusconi aproveitou a "ressaca" da Operação Mãos Limpas, que atingiu os principais partidos políticos do país, e criou em 1994 a própria legenda, o Força Itália, que o elegeria primeiro-ministro no mesmo ano.
Berlusconi teve sua trajetória política marcada por problemas judiciais, como a condenação a um ano de serviços sociais por fraude fiscal em 2013, o que levou à cassação do mandato de senador e o deixou inelegível até 2018.
Ainda respondia a processos na Justiça por suspeita de manipulação de testemunhas nos casos apelidados de "Ruby ter", desmembramentos do inquérito "Ruby", em que foi absolvido das acusações de prostituição de menores e abuso de poder.
Berlusconi deixa a esposa, Marta Fascina, e cinco filhos: Marina, Pier Silvio, Barbara, Eleonora e Luigi.