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Telescópio Euclid: primeiras imagens mostram Universo em detalhes inéditos

08 nov 2023 às 11:07

A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou na terça-feira (7) as primeiras cinco imagens científicas feitas pelo telescópio Euclid, enviado a 1,5 milhão de quilômetros da Terra para investigar os mistérios da matéria e da energia escuras, que ocupam 95% do Universo.


A primeira mostra cerca de mil galáxias do Aglomerado de Perseu, bem como outras 100 mil no plano de fundo, cada uma delas contendo centenas de bilhões de estrelas.


Muitas dessas galáxias nunca haviam sido observadas anteriormente e são tão jovens que a luz demorou 10 bilhões de anos para chegar ao Euclid, diz a ESA.


Outra foto exibe a galáxia espiral IC 342, conhecida como "galáxia escondida" por estar encoberta por nuvens de poeira, vista com detalhes inéditos graças à capacidade de observação em infravermelho do Euclid.


O telescópio ainda fotografou a NGC 6822, uma galáxia anã cujo formato irregular e pequeno revela a natureza primitiva dela, e o aglomerado estelar globular (com formato esférico) NGC 6397, que tem centenas de milhares de estrelas unidas pela gravidade.


A quinta imagem mostra o interior da Nebulosa Cabeça de Cavalo, um berçário de estrelas em que os cientistas esperam encontrar planetas com massas equivalentes à de Júpiter em seu estágio inicial de formação.


Assim como o "irmão" maior James Webb, Euclid observa em infravermelho, o que permite enxergar através de nuvens de poeira e gás, revelando detalhes até então inéditos do interior de nebulosas.


Porém, embora seja menor, menos sensível e com menor alcance, o Euclid tem um campo de visão maior que o do James Webb, o que lhe possibilita fotografar porções maiores do céu de uma só vez, além de operar em luz visível. Ele é, por exemplo, o único telescópio que pode capturar um aglomerado estelar globular inteiro em apenas uma observação.


Enquanto o James Webb se concentra no estudo do interior de nebulosas e do Universo primitivo, podendo visualizar galáxias formadas poucas centenas de milhões de anos após o Big Bang, o Euclid visa sobretudo a energia e a matéria escuras, principais componentes do cosmos, mas ainda pouco compreendidas.


Acredita-se que a energia escura seja responsável pela expansão acelerada do Universo, enquanto a matéria escura tem propriedades gravitacionais, mas não interage com a luz, o que impossibilita sua observação direta.


O Euclid deve iniciar a coleta de dados de forma sistemática a partir de janeiro de 2024 e foi projetado para funcionar por seis anos. A missão envolve 20 países europeus, além dos Estados Unidos, e 300 institutos de pesquisa.


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