Em discurso nesta sexta (13), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pode não estar no cargo em breve.
"Essa administração não fará um lockdown. Espero que, o que quer que aconteça no futuro, quem sabe qual administração será, eu acho que o tempo dirá, eu posso dizer a vocês que essa administração não fará um lockdown", disse Trump, no jardim da Casa Branca.
Este foi o primeiro discurso dele em dias. Trump, 74, apareceu com o cabelo praticamente branco, em vez de loiro, como era visto até a semana passada.
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Desde a eleição, essa foi a primeira vez em que o republicano afirmou em público que encara as possibilidades de que ele deixe o cargo em janeiro e de que outro governo assuma o país.
No sábado (7), o democrata Joe Biden foi apontado como vencedor da eleição realizada na terça passada (3), mas Trump se recusa a assumir a derrota. O presidente fez discursos e postagens dizendo que ele é o verdadeiro ganhador, e repete que houve fraude nas eleições, sem apresentar provas.
No discurso desta sexta, Trump destacou os esforços do governo para acelerar a produção de vacinas para combater a Covid-19. E disse que haverá distribuição gratuita de vacinas feitas pela Pfizer, depois que elas forem aprovadas. As doses serão dadas primeiro a funcionários de saúde, idosos e grupos de risco. Ele não deu datas precisas, mas estimou que as vacinas poderão estar acessíveis para todos nos EUA até abril de 2021.
Na segunda-feira (9), Biden também havia prometido distribuir vacinas de forma gratuita.
Nesta sexta (13), projeções da CNN e do The New York Times confirmaram os resultados dos dois últimos estados onde a disputa era considerada indefinida: Biden venceu na Geórgia e Trump conquistou a Carolina do norte.
Assim, o placar nacional projetado pelos dois veículos está em 306 votos no Colégio Eleitoral para Biden e 232 para Trump.
Por coincidência, o republicano conquistou 306 delegados em 2016, e Hillary Clinton, 232, na projeção feita a partir dos votos populares. Na votação final dos delegados, Trump teve 304 votos, porque dois delegados mudaram de lado na votação do Colégio Eleitoral.
A vitória de Biden na Geórgia neste ano tem grande simbolismo, pois o estado era considerado vitória garantida para os republicanos, que ganharam todas na região desde 1992. O democrata também foi o primeiro desde 1960 a conquistar a Presidência sem vencer na Flórida e em Ohio num mesmo pleito.
Os principais veículos de imprensa nos EUA apontaram a vitória de Biden no sábado (7), mesmo sem levar em conta alguns estados que não tinham resultado definido, pois os cálculos indicaram que o republicano já não tinha mais condição de virar o jogo.
Nos EUA, não há um órgão nacional de apuração, e a aclamação do vencedor é feita pelos órgãos de imprensa, a partir de projeções matemáticas feitas durante a contagem dos votos.
Durante toda a campanha eleitoral, Trump deu diversas declarações de que ganharia a disputa, e que só perderia a reeleição se houvesse trapaças.
O republicano aposta em uma série de processos na Justiça para tentar reverter o resultado da apuração. No entanto, mesmo membros de seu partido reconhecem a vitória de Biden, que teve 5 milhões de votos a mais. Com isso, uma reviravolta no resultado é considerada bastante improvável.