O coordenador-geral de combate a doenças do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Marques, do Ministério da Agricultura, afirmou nesta segunda-feira que a decisão da União Européia de manter a compra de frango do Brasil é "um alívio". "A manutenção do comércio reflete a seriedade do processo desde o início", avaliou. Na última quinta-feira, o ministério confirmou, por meio de testes de laboratório, um caso da doença de Newcastle em pequena propriedade de criação de aves no Rio Grande do Sul. Para evitar a disseminação do vírus, uma área de 10 km a partir do foco foi interditada.
A União Européia é importante mercado para o produto brasileiro. Números da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) mostram que as exportações de carne de frango para a União Européia somaram 131.046 toneladas nos cinco primeiros meses do ano, queda de 6% em relação ao volume embarcado em igual período de 2005. Até o momento, o ministério recebeu apenas confirmação oficial do embargo por parte de Nova Caledônia, uma colônia francesa na Oceania. Há rumores de que a Argentina poderia suspender as importações de frango brasileiro. Os argentinos estariam, inclusive, retendo produto nas fronteiras, mas o ministério não confirma essa informação.
Para evitar embargos, o ministério deve encaminhar ainda nesta segunda-feira um novo comunicado aos principais países importadores de carne de frango com informações sobre as ações realizadas pelos técnicos na área interditada do Rio Grande do Sul. O documento será encaminhado para Rússia, União Européia, países asiáticos e para o Comitê Veterinário Permanente do Mercosul, que repassará as informações aos países do bloco.
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A decisão da União Européia de manter as importações de carne de frango do Brasil tranqüilizou os exportadores. O temor agora é em relação a possíveis suspensões dos países asiáticos, principal mercado para o frango brasileiro. De acordo com a Abef, a Ásia é o principal mercado tanto em volume quanto em receita. As vendas somaram 321.566 toneladas nos primeiros cinco meses de 2006, crescimento de 10%. As exportações para a América do Sul somaram 75.588 toneladas, com aumento 101,8% sobre o mesmo período em 2005. (Com informações da Agência Estado).