Obituários

Marcos Antônio Garcia, o vendedor de felicidade

18 out 2017 às 15:20

Marcos Antônio Garcia saiu cedo de cena. Aos 48 anos. Porém, o tempo que esteve por aqui foi suficiente para ensinar a viver. Marcos sorriu para a vida e ela lhe sorriu de volta.

Natural de Rolândia, cresceu na zona rural junto com seis irmãos. Era o caçula. E, como tal, tinha adoração especial pela mãe. Amor que cultivou durante toda a vida.


Já crescido, mudou-se para Londrina com a família. Distrito da Warta, zona norte. Lá, começou a frequentar as quermesses do bairro. Em uma dessas idas, conheceu sua futura esposa: Josefa Garcia. Começaram a namorar e, em pouco tempo, o pedido de casamento foi oficializado. "Ele era um marido muito amoroso, carinhoso. Sempre pensou primeiro na gente. A vida dele se resumia ao amor pela filha, pelo trabalho e por Deus." Josefa foi sua companheira até o fim. Foram 25 anos.


Dessa união, nasceu Kauana dos Santos Garcia. Hoje com 20 anos. Do amor pela mãe, Marcos aprendeu a ser pai. "Ele gostava de deixar ensinamentos para mim. Sempre que a gente conversava, ele me contava histórias sobre a época em que morava no sítio e me ensinava coisas sobre a vida. Era um grande contador de piadas também. Sempre contagiou todo mundo com sua alegria. Era muito difícil ver ele triste."


Marcos era um microempresário. Tinha uma empresa de produção de placas. Antes disso, foi vendedor. Vendeu de tudo, de carros a refrigerantes. Nas horas vagas, foi um exímio pescador, frequentava a igreja de seu bairro e assitia aos jogos de seus dois times do coração: Santos e Londrina.


"Meu pai era muito ativo. Nos fins de semana jogava bola, adorava pescar com a minha mãe e ir à igreja. Além disso, ele amava futebol. Sempre acompanhava o Londrina no estádio e assistia aos jogos do Santos, que era sua grande paixão", disse Kauana.


Marcos, porém, foi surpreendido pela Síndrome de Guillain-Barré, doença rara que afeta o sistema nervoso.


Deixou vazia a cadeira no canto da padaria que frequentava todos os domingos, no bairro em que morava, no Jardim Leonor. "A gente sempre falava que ele vendia felicidade. Sempre foi assim", afirmou Kauana.


Deixa mulher e filha. Dia 4, aos 49 anos.


Arquivo pessoal


O Portal Bonde publica obituários todas as quintas-feiras. O leitor que quiser homenagear alguém nesta seção, pode entrar em contato pelo telefone (43) 3374-2151, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h. O obituário é gratuito.


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