Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Aftosa ameaça Parque Nacional do Iguaçu

Ellen Taborda - Folha do Paraná
09 mai 2001 às 10:00

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Animais silvestres do Parque Nacional do Iguaçu podem ser infectados pelo vírus da febre aftosa. O alerta está sendo feito por cientistas e ambientalistas aos governos estadual e federal. A contaminação poderia ocorrer por causa da falta de fiscalização na Estrada do Colono, que corta o parque e une as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná.

O vírus da aftosa pode ser transmitido a cervos, veados e porcos do mato (chamados animais ungulados artiodáctilos) que vivem nos limites do parque. De acordo com o doutor em Ciências Biológicas da Universidade Paranaense (Unipar), José Ricardo Pachaly, "a preocupação com a aftosa está indo além dos limites econômicos e políticos para entrar na esfera ambiental". Pachaly é o autor de um parecer encaminhado à Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). Para o diretor-executivo da SPVS, Clóvis Borges, o risco existe e não pode ser subestimado. Ele cita o exemplo do Pantanal, onde há casos de brucelose, doença típica de bovinos, em cervos da região. Borges aguarda o pronunciamento oficial da Secretaria Estadual da Agricultura sobre assunto.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A grande circulação de carros e cargas sem fiscalização, vindos da Argentina e do Sul do Brasil, pela Estrada do Colono preocupa também o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani. "É uma situação crítica. A contaminação de todo um remanescente pode ocorrer por causa do descaso do poder público. "A fundação está comunicando sobre o risco as autoridades federais, estaduais e muncicipais. Para Mantovani é fundamental fechar a Estrada do Colono. "Já com a reabertura ilegal dela, o equilíbrio ecológico foi rompido. O problema agora está sendo elevado à enésima potência", afirma.

Leia mais:

Imagem de destaque
3.389 ocorrências

Operação de combate a incêndios do Paraná termina: 2024 já teve o dobro de ocorrências de 2023

Imagem de destaque
Veja a lista de municípios!

Minha Casa Minha Vida autoriza a construção de 1.282 casas para 44 cidades do Paraná

Imagem de destaque
Ensino, pesquisa e extensão

UEM ocupa primeiro lugar no ranking de produção científica feminina no Brasil

Imagem de destaque
Salários de até R$ 9.336,34

Paranaprevidência abre inscrições para concurso público


A contaminação de espécies do parque pelo vírus da aftosa pode provocar um grande desequilíbrio ecológico. Segundo o médico veterinário especialista em animais silvestres, Paulo Rogério Mangini, a aftosa pode matar as espécies contaminadas. "Os animais selvagens são mais suscetíveis que os bovinos." A morte dos cervos, veados e porcos do mato afetaria outros animais em cadeia. "As onças e pumas, que são seus predadores, ficariam com pouca oferta de alimento e invadiriam as fazendas da região", diz Pachali. Para o professor isso só agravaria o problema da caça e do abate desses animais. "A estrada constitui um risco iminente não só da aftosa mas também de outras doenças."

Publicidade


"É difícil dimensionar o tamanho do desequilíbrio que poderia ocorrer, pois não há números oficiais de quantos animais existem de cada espécie no Parque Nacional do Iguaçu", afirma Mangini. Além da contaminação através do trânsito na Estrada do Colono, o veterinário considera outro risco a existência de fazendas criadoras de gado ao redor do parque também preocupa.


A Secretaria da Agricultura assegura que o risco de contaminação dos animais do Parque Nacional do Iguaçu com vírus da febre aftosa, pela Estrada do Colono, é inexistente. "A estrada não fica na fronteira com a Argentina. Antes de chegar lá, os argentinos têm de passar, obrigatoriamente, pela alfândega em Capanema. Ali há uma forte barreira. Ninguém passa sem ser vistoriado", explica o diretor do Departamento de Fiscalização da Secretaria da Agricultura, Luis Carlos Hatschbach.

Para o chefe do Departamento de Unidades de Conservação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Pedro Eymard Melo, "fica difícil o órgão se manifestar sem a existência de documentos oficiais que comprovem o risco".(Colaborou Carmem Murara)


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo