O número de mulheres paranaenses infectadas com o vírus Aids até no novembro deste ano cresceu quase 2% em relação a 1999. O fato mais preocupante é que a proporção de casos entre as mulheres também vem aumentando em relação ao número de homens infectados. Com relação aos dados de 1986, quando a proporção no Estado era de uma mulher infectada para cada 16 homens, os números atuais deixam em alerta a Secretaria Estadual da Saúde. Atualmente, a doença atinge uma mulher para cada dois homens no Paraná.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, Maria Cristina Rodrigues Gil, o número de mulheres infectadas aumenta em todo o mundo. Ela enfatiza que essa situação fez com que o mote do Dia Mundial de Luta Contra à Aids fosse voltado à prevenção das mulheres. Para se ter uma idéia desse crescimento, um alerta da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) revela, em sua mensagem pela passagem do Dia Mundial, que uma em cada 200 pessoas nas Américas está infectada com o vírus HIV.
A campanha de combate, que acontece hoje em todo mundo, aborda o tema "Não leve Aids para casa, use camisinha". O objetivo, conforme ressalta Maria Cristina, é chamar a atenção para o uso de preservativos, já que estudos realizados pela Secretaria Estadual da Saúde mostram que o aumento de casos entre as mulheres se dá, principalmente, por uma "questão cultural".
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De 1980 a até novembro deste ano o Paraná notificou 8.345 casos, que são aqueles em que a doença já se manifestou. Destes, 29,30% são mulheres e 70,70% são homens. No ano passado, existiam 757 homens infectados e 419 mulheres. Este ano, o número de pessoas infectadas diminuiu, mas os casos entre as mulheres aumentou. São 391 homens portadores do vírus e 231 mulheres. Ou seja, a incidência da doença entre as mulheres subiu de 35,62% em 1999 para 37,14% até novembro deste ano.
A situação tem um agravante, já que os riscos de transmissão em caso de gestação são grandes, caso não haja acompanhamento. Foi o que aconteceu com a doméstica Rosângela de Cássia dos Santos, 30 anos. Ela só soube que era portadora do vírus quando o filho Emerson, hoje com cinco anos, começou a manifestar sintomas da doença. "Queria uma oportunidade, sei que se eu puder ter uma vida normal, vou ter mais tempo de vida", comenta Rosângela, que está controlando a Aids com remédios e por isso ainda não desenvolveu os sintomas.