O problema da proliferação de algas no Iraí já estava previsto no projeto de construção da barragem. Por causa das algas, a água da represa, que abastece 70% de Curitiba e Região Metropolitana, chegou a apresentar gosto e cheiro fortes por vários meses.
Segundo o presidente da empresa portuguesa responsável pelo projeto, Ricardo Oliveira, a barragem do Iraí é propensa a esse tipo de problema por causa de vários fatores, como o clima da região, a profundidade e o formato do lago. A empresa de consultoria de engenharia e ambiente Coba elaborou o projeto em 1996 e acompanhou todo o processo de construção da represa, que começou no ano seguinte e terminou em 1999. Oliveira passou a manhã desta terça-feira fazendo inspeções de rotina na barragem.
Para que a obra fosse iniciada, a empresa recomendou à Sanepar uma série de medidas. Todas cumpridas, segundo Oliveira. "Se elas não tivessem sido adotadas, o problema seria, com certeza, muito maior." Entre as medidas, o desmatamento da área, a limpeza do lixo e o controle de esgoto doméstico e de efluentes de indústrias.
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Dois anos depois da obra finalizada, foram os dejetos que possibilitaram a proliferação das algas. Mas, para Oliveira, a responsabilidade em manter o lago limpo é dos municípios que o circundam. "Esse é um problema que sempre ocorre em qualquer canto do mundo. Também depende muito de educação ambiental."
De acordo com o coordenador das ações emergenciais da Sanepar no Iraí, Sherman Cordeiro, o problema das algas já está sob controle. "Elas ainda existem, mas em número muito pequeno. Mas podem voltar, pois obedecem a um ciclo." Ele afirmou que um novo aumento da população de algas poderá ser previsto com 90 dias de antecedência.