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ALL: excesso de peso pode ter causado acidente

Julio Cesar Lima - Folha do Paraná
02 nov 2000 às 12:13

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O excesso de peso em cada um dos 30 vagões do trem da empresa América Latina Logística (ALL) pode ter provocado o descarrilamento da composição no dia 23 de setembro, em Morretes, na Serra do Mar, próximo ao litoral. A informação obtida junto ao maquinista Sidnei Junqueira, acusado pela ALL juntamente com um engenheiro de serem os responsáveis pelo acidente, indica que o trem estava com um número menor de vagões do que o exigido pelas normas de segurança.

Em circular interna a empresa concessionária orienta seus maquinistas sobre a lotação. Para os trens com tração tripla deveriam haver no mínimo, segundo o documento, 32 vagões com peso médio de 75 toneladas em cada um. O trem que descarrilou tinha 30 vagões com 79,64 toneladas de açúcar, 4,64 toneladas a mais que o determinado.

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Além desse excesso, uma análise feita junto às locomotivas e os vagões mostrou que dois desses vagões estavam isolados, no caso eles não tinham condições de frenagem."Carregava pelo menos 160 toneladas de açúcar sem condições de freá-las diretamente, o que é um absurdo", disse Junqueira.

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A manutenção dos equipamentos da empresa utilizados pelos ferroviários também tem sido questionada. Segundo pessoas ligadas à ALL, as máquinas que circulam estão com uma média de 29 anos e algumas com prazos de checagem vencidos. "Somente na composição que descarrilou tinha 19 vagões com a revisão anual vencida", informou o maquinista.

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Logo após o acidente a ALL formou uma comissão com cinco integrantes e encaminhou um laudo com aproximadamente 100 folhas para o Ministério dos Transportes que indica falha humana. "Não recebi nenhum comunicado oficial da empresa sobre isso", disse Junqueira que está de licença médica após fraturar a clavícula quando pulou da composição.


Segundo ele, o excesso de velocidade insinuado pelo relatório da ALL não corresponde ao que aconteceu. Em seu depoimento à comissão, no dia 27 de setembro, Junqueira informou que ocorreram três picos (aumento de velocidade) por causa do deslize das rodas.

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"Esses deslizes são comuns e aconteceram nos trechos de Roça Nova e Banhado, e entre Véu da Noiva e Marumby". Nesses momentos a velocidade chegou aos 27 e 28 quilômetros. Em alguns casos um dispositivo aplica areia para que a roda deixe de deslizar.


Junqueira é ferroviário há 22 anos e há 14 virou maquinista. Pela sua experiência e conhecimento do trecho da serra ele era um dos instrutores dos mais jovens que iniciavam a carreira dentro de um trem. "Nunca sofri nenhum acidente e fui criado basicamente na estrada de ferro", disse.


A ALL se defende afirmando que agiu rigorosamente nas investigações do acidente. "Foi montada uma comissão, inclusive com a participação de um maquinista, que avaliou o ocorrido e examinou tudo de forma cuidadosa", disse a concessionária através de sua assessoria.

Por causa desse acidente e outros onze que aconteceram desde o ano passado, a ALL foi multada em um total de R$ 3,6 milhões mas sua assessoria jurídica recorreu de todas as autuações.


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