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Aprovados terão que confirmar candidatura a diretor

Redação - Folha do Paraná
06 set 2001 às 16:00

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Apesar de 8.563 pessoas terem sido aprovadas no teste teórico para seleção dos novos diretores das escolas públicas estaduais, a Secretaria de Educação do Paraná não tem previsão de quantos devem se candidatar para as eleições que decidirá o nome dos diretores de 1.553 escolas do Estado. O Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) acredita que muitas escolas podem ser excluídas do processo por não atingirem o número mínimo de candidatos exigido pelo decreto que criou o processo de escolha dos diretores.

A Secretaria repassou instruções aos colégios e aprovados sobre os procedimentos para requerer a candidatura, bem como optar pela escola e município onde pretendem participar das eleições. O superintendente de Gestão de Infra-Estrutura da secretaria, Gerson Ida, acredita que dentro de uma semana o quadro de candidatos já deve estar decidido. "Nossa meta é não ter que designar nenhum diretor. Por isso, estamos invcentivando todos os aprovados a se candidatarem", diz Ida.

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O calendário oficial prevê a realização das eleições entre 15 de setembro a 21 de outubro, mas cada escola tem autonomia para definir suas próprias datas dentro deste prazo.

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Contrário ao processo estabelecido pelo governo, o Sindicato dos Professores do Paraná mantem sua posição de boicotar as eleições. Nesse sentido, a entidade está contatando todas as escolas estaduais para que realizem assembléias comunitárias, com a participação de pais, alunos, professores e funcionários, para eleger seus diretores. "Com o método do governo, só os candidatos apoiados pelo governo vão acabar sendo eleitos", diz o diretor Educacional da APP, José Lemos.

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Para a APP, dois terços das 1.553 escolas aptas a ter eleições, podem ficar de fora do processo por não cumprirem certas exigências do decreto. Uma delas é o estabelecimento de um número mínimo de candidatos de acordo com a quantidade de alunos. Outro obstáculo é a exigência de participação mínima de 50% mais um da comunidade (pais e alunos) na eleição. "Nós acompanhamos eleições desde 1984 e nunca houve muitos candidatos. Outro problema é que, como o voto não é obrigatório, muita gente da comunidade não comparece para votar", reclama.


"Só aí, umas mil escolas podem ficar de fora do processo, dando a prerrogativa para que o governo indique os diretores", diz Lemos. Nas 500 escolas restantes, de acordo com ele, os candidatos apoiados pelo governo também têm "muito mais chances de ganhar do que os outros". É que o decreto prevê peso de 50% nos votos da comunidade, 30% para professores e funcionários e 20% para os servidores dos núcleos. "Só com o voto dos núcleos os candidatos do governo já ganham, mesmo que tenham maioria nos outros dois segmentos".

A APP também entrou na justiça com pedido de liminar contra a realização dos testes. A alegação é que o decreto fere a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e Constituição. O pedido foi negado, mas o mérito do assunto ainda irá a julgamento.


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