A área de 48,5 mil metros quadrados, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, que estava ocupada por 320 famílias desde 27 de outubro, está cercada desde ontem. A desocupação foi feita pela Polícia Militar na manhã de terça-feira. O local onde estavam sendo construídas casas de madeira e planejadas ruas está deserto.
Próximo dali, no bairro Tatuquara, na divisa com Araucária (Região Metropolitana de Curitiba), o grupo de invasores que ocupou uma área de 266 mil metros quadrados e também foi desalojado continua acampado na margem da rodovia BR-476.
Está marcada para hoje, na Capital, uma reunião dos representantes da Companhia de Habitação (Cohab-CT) com os sem-teto. O encontro foi negociado anteontem após os manifestantes fecharem a rodovia por duas vezes como protesto, segundo eles, por conta do descaso da Cohab.
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Nos dois casos os proprietários das terras entraram na Justiça com ação de reintegração de posse cujas liminares foram concedidas pelo juiz Carlos Eduardo Andersen Espínola, da 14a Vara Cível da Comarca de Curitiba, na semana passada. Na sexta-feira foi pedida pelo Movimento de Luta pela Moradia, a cassação da liminar de reintegração, mas ainda não houve definição.
"Eles precisam nos ouvir pois também somos trabalhadores e não queremos nada gratuito. Nossa intenção é pagar pela área que for entregue. O que não podemos aceitar é o tempo enorme que aguardamos por um imóvel da habitação", disse Luiz Antônio de Oliveira, 36 anos, que trabalha como pedreiro.
O estudante Roberto Silvério de Souza reclama que depois de fazer a inscrição na Cohab, em 1995, perdeu a data de comparecimento em outubro deste ano e recebeu um aviso de que voltaria para o final da fila. "É uma injustiça o que fizeram, não dá para esperar a vida inteira", afirmou.
A demora da Cohab em atender a demanda habitacional é a reclamação comum de todos os invasores. O tempo médio de espera dos invasores é de seis anos e a maioria não tem renda para arcar com despesas de aluguel.