Nesta quarta-feira (25), Dia do Trabalhador Rural, cerca de 5.500 trabalhadores assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) continuam mobilização nacional contra o abandono da reforma agrária, em 15 municípios do Paraná, com a ocupação de agências do Banco do Brasil, prédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
Em 13 municípios do interior, os assentados ocupam agências bancárias para cobrar a renegociação de dividas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), infra-estrutura nos assentamentos para o escoamento da produção, um programa para a construção de agroindústrias e assistência técnica para as famílias assentadas.
Em Apucarana, cerca de 200 trabalhadores estão, desde ontém (24), no prédio da Conab, para cobrar a liberação de cestas básicas às famílias acampadas, atrasada há três meses. Os Sem Terra vão permanecer no local até que as reivindicações sejam atendidas.
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Cerca de 100 trabalhadores do MST da região central do estado, também estão em vigília, em frente a Superitendência do Incra em Curitiba, desde a manhã desta quarta.
Reivindicações
Os trabalhadores também querem o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com a criação de uma política pública de segurança para os produtos que estão em crise.
Os assentados querem que o governo federal crie uma política que compre 70% da produção de cada família, daqueles produtos desvalorizados no mercado, com preço de 30% acima do custo de produção, o que é garantido por lei, mas ainda não está sendo cumprido pelo governo.
Os agricultores também reivindicam a inclusão do PAA no Programa Plurianual (PPA), que
inicia em 2008 e vai até 2011.
Mobilização vai até sexta-feira
A mobilização nas agências bancárias, que vai até sexta-feira, acontece nos municípios de Manuel Ribas, Pitanga, Bituruna, Querência do Norte, Londrina, Lapa, Telemaco Borba, Tibagi, Rio Bonito do Iguaçu, Quedas do Iguaçu, Piabiru, Santa Cecília do Pavão e Palmital.
Há mais de um ano e seis meses que as 17 mil famílias assentadas do Paraná se encontram em completo estado de "abandono", sem assistência técnica. Muitas não conseguem acessar créditos agrícolas, devido a falta de laudos técnicos e assistência para elaboração de projetos de custeio, cuja safra se inicia no próximo mês de agosto.
A Jornada de luta também é contra o descaso á agricultura camponesa no Brasil. Segundo, o integrante do Setor de Produção do MST, Jaime Coelho, enquanto o governo federal gastou R$ 2,8 bilhões na compra de soja dos grandes fazendeiros em 2006, empregou apenas R$ 300 milhões para compra da produção dos pequenos agricultores pelo PAA, em todo país, no mesmo
período.
Atualmente, ainda existem no Paraná 7.000 famílias acampadas, em beiras de estradas e latifúndios improdutivos a espera da reforma agrária.
As informações são da assessoria de comunicação do MST/PR.