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Ato em Curitiba pede volta de visitas presenciais nas unidades prisionais do Paraná

Luís Fernando Wiltemburg - Grupo Folha
09 nov 2020 às 09:56
- Arquivo Pessoal
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Com encontros suspensos desde o início da pandemia, medida permitirá a entrega pessoal da sacola, que passou a ser feita por encomendas e aumentou custos dos familiares dos encarcerados


Parentes de detentos sob custódia do sistema prisional do Paraná promovem nesta segunda-feira (9) um protesto pacífico em Curitiba para pressionar o governo do Estado a permitir o retorno das visitas presenciais. A principal demanda dos manifestantes, além de poder rever os familiares encarcerados, é poder entregar a chamada sacola.

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A sacola é um conjunto de produtos de higiene, de limpeza e alimentos entregues pelos parentes aos detentos para que possam consumir e se cuidar dentro do sistema prisional. A entrega pessoal, feita a cada quinzena, foi suspensa junto com a visita pessoal no início da pandemia do novo coronavírus. Desde então, o envio tem de ser feito por sedex, o que encarece os custos para as famílias.

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Enquanto isso, familiares só veem os detentos por meio de videochamadas, de apenas 20 minutos. O Estado fornece os equipamentos para os encarcerados, mas as famílias têm de se virar para conseguir a conexão em horários pré-agendados. "Mas nem todas as unidades prisionais têm essa estrutura. Em nove meses de pandemia, tem mulheres que só conseguiram falar com seus companheiros uma vez", diz uma das organizadoras da manifestação de Londrina, porta-voz do movimento - o nome foi omitido a pedido da organização. "Além disso, em alguns locais, está ocorrendo uma opressão muito grande contra os encarcerados", ressalta.

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Impossibilitados de entregar pessoalmente, a sacola passou a ser enviada por Sedex, mesmo a partir de locais onde detentos estão encarcerados na cidade em que moram seus familiares. Em Londrina, por exemplo, cada remessa pelos Correios custa a partir de R$ 60, de moradores da cidade para as penitenciárias estaduais 1 (PEL 1) e 2 (PEL 2). "Algumas chegam a pagar R$ 90, R$ 100, a cada quinze dias. Os custos são altos para uma família que, muitas vezes, têm renda baixa", afirma a porta-voz.


Alinhados no Norte e Oeste do Paraná, dois ônibus e um micro ônibus partiram de madrugada rumo à capital paranaense para tentar uma conversa com o governador Ratinho Júnior (PSD) ou um representante do governo. Comerciantes e amigos se solidarizaram com o movimento e providenciaram recursos e alimentos para a viagem. "São pessoas que não são preconceituosas e se solidarizam conosco”, diz a porta-voz.

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Segundo a coordenação do movimento, os familiares já pediram a volta das visitas presenciais, uma vez que as regras para evitar a proliferação do novo coronavírus se espalhe ficaram mais brandas no comércio, restaurantes, templos religiosos e até locais de lazer.


Ainda de acordo com os organizadores, as visitas presenciais já retornaram em vários estados brasileiros. O pedido para a regra valer também no Paraná já foi feito por familiares de detentos de Curitiba no dia 28 de outubro, pedindo a volta das visitas e das sacolas e contra a opressão policial dentro das unidades prisionais, mas a Secretaria de Segurança Pública não indicou soluções.


"Disseram que vão tentar algo para o Natal", disse a esposa de um detento de Londrina que participa da manifestação. "Nós queremos a retomada dos encontros presenciais, dentro de normas de segurança, com distanciamento, uso de máscara e até tempo reduzido", complementa.

O coordenador do MNDH (Movimento Nacional dos Direitos Humanos) em Londrina, Carlos Henrique Santana, afirma que a suspensão das visitas e da entrega presencial das sacolas penaliza não apenas os detentos, mas também seus familiares, "que não devem nada ao Estado". "Voltam os shoppings, o comércio, as áreas de lazer, por que não pode retomar as visitas? O coronavírus está nas ruas, não dentro das cadeias", ressalta.


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