Os benefícios anunciados pelo governo do Estado não foram sufientes para colocar fim ao movimento das mulheres de policiais militares. O governador Jaime Lerner (PFL) anunciou que vai criar uma compensação por serviços extraordinários, no valor de R$ 100,00, a ser paga aos soldados, cabos, sargentos, subtenentes e tenentes. Anunciou também uma gratificação por zona de risco, para os militares que trabalham na segurança do Sistema Penitenciário do Estado.
As manifestantes, no entanto, dizem que o governo está fazendo "jogo duplo". Na avaliação das mulheres, o governo estaria apenas tentando "enfraquecer" o movimento.
Em Curitiba e Ponta Grossa as mulheres continuam acampadas em frente ao quartéis. Na Capital, na madrugada foi registrado o primeiro momento de tumulto e tensão. Elas foram tentar parar uma viatura do 13º Batalhão e teriam sido ameaçadas pelo oficial que dirigia o carro. Uma mulher teria sido agredida: a dona-de-casa Sandra Andréa, 26 anos. "Eu me abaixei para murchar o pneu e o oficial desceu e começou a me chutar e mandar eu sair dali. Ele me empurrou e me jogou no chão", relatou ela.
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A situação teria sido contornada rapidamente por causa de um reforço que as mulheres teriam recebido de policiais militares do interior do Paraná. Encapuzados, os policiais passaram a noite com as mulheres, dando proteção e garantindo a segurança dos acampamentos. "É o comando da madrugada. Eles não ficam aqui pela manhã para não serem identificados. Mas estão nos auxiliando durante a noite, quando a imprensa não está aqui para nos ajudar", disse Mari, uma das mulheres.
As manifestantes reivindicam o fim das punições aos policiais que participaram da última paralisação, encerrada no dia 21 de maio. Elas afirmam que cerca de 500 policiais em todo Estado estariam sofrendo represálias por terem aderido à greve. Elas também reinvindicam a incorporação da Gratificação PM Especial nos salários de seus maridos -que continua sendo negada pelo governo do Estado-, o que garantiria um acréscimo de 38% em média nos salários brutos.
O protesto ainda não atingiu grandes proporções, mas segundo as manifestantes, as mulheres pretendem radicalizar a manifestação - com paralisação em todos os quartéis - caso o governo do Estado não apresente uma proposta até amanhã.