A Secretaria Estadual de Obras Públicas, iniciou nesta quinta-feira os serviços de substituição do telhado da Biblioteca Publica do Paraná, afetado pela chuva de granizo do último dia 7.
O antigo telhado de fibro-cimento, que contém amianto, um produto cancerígeno, está sendo substituído por um tipo de telha ecológica, um novo material produzido a partir de caixas de leite longa vida. As caixas de leite, quando dispensadas ao meio-ambiente, duram mais de 300 anos.
Trata-se da primeira experiência da Secretaria na utilização de tecnologias alternativas que, aprovadas em laboratório, passarão a ser enquadradas no caderno de especificações de materiais para obras públicas.
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"A orientação do governador Roberto Requião é fazer do sistema de obras um gerador de emprego e rendas inclusive junto às camadas menos favorecidas da população. Assim, pretendemos, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente e reduzir o custo das obras públicas", afirma o secretário Luiz Dernizo Caron.
Para estimular a utilização desse tipo de material, será firmado um convênio entre a Secretaria de Obras Públicas e as Secretarias de Meio Ambiente e Relações com a Comunidade e ainda com a Universidade Federal do Paraná. À Secretaria do Meio Ambiente caberá identificar os materiais. À de Relações com a Comunidade, organizar cooperativas de catadores para fornecer o material. Já à UFPR, o desenvolvimento de tecnologias e certificação dos produtos. Definido o produto alternativo, a Secretaria de Obras incluirá no caderno de especificações.
Outros materiais já estão sendo pesquisados para aproveitamento, como painéis para tapume de lixo reciclado, conduites elétricos de embalagens de agrotóxicos, tijolos de resíduos, telhas de caixa de pasta de dente, lajotas de lodo de esgoto e outros, explica o secretário de Obras.
No caso da telha ecológica, plástico e alumínio, depois de beneficiados, transformam-se em matéria-prima para a fabricação que, depois de misturados, vão para uma prensa que utiliza alta pressão e temperatura para serem transformados em telhas. Assim define o processo o agricultor e fabricante Antônio Emiliano Leal da Cunha, de Marialva, que inspirou-se numa tecnologia alemã para não agredir o meio ambiente.
Embora ainda em pequena produção, a telha apresenta uma diferença unitária de 20% em relação ao preço do produto tradicional. Além disso, o produto já tem uma resistência comprovada, em laboratório de mais de 20 anos e, ao contrário do fibro-cimento, reflete o calor, reduzindo a necessidade de isolamento térmico.