Nova versão do mapa da exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas brasileiras, divulgada hoje (6), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), identificou 1.820 pontos de risco ao longo dos 66 mil quilômetros de rodovias federais em todo o país.
O relatório mostra que o problema está majoritariamente em áreas urbanas e que estradas próximas a regiões desenvolvidas e polos econômicos também concentram grande número de pontos de exploração sexual de crianças e adolescentes.
Os locais mais vulneráveis para o crime ficam em ambientes urbanos, iluminados, com grande presença de caminhoneiros, onde já existe prostituição de adultos e consumo de bebida alcoólica e drogas.
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Dos 1.820 pontos de risco identificados pela PRF, 545 estão na Região Nordeste, no topo da lista. Em seguida, aparecem o Sul, com 399 pontos, o Sudeste, com 371, o Centro-Oeste, com 281 e o Norte, com 224.
Na análise por rodovia, a BR-116, a maior do Brasil, é a que mais tem pontos de risco ao longo de sua extensão. Na rodovia, que vai de Fortaleza, no Ceará, ao extremo sul do Rio Grande do Sul, a PRF localizou 262 pontos de risco de exploração sexual infantil.
Junto com a BR-116, outras cinco rodovias, que formam os principais eixos rodoviários do país, concentram 45,8% dos pontos de risco mapeados pela PRF. No grupo, estão a BR-101, que também faz a ligação Nordeste-Sudeste-Sul; as BR-153 e 163, que cortam o interior do país; a BR-364, que começa em São Paulo, corta a região Centro-Oeste e termina no Acre; e a BR-227, no Paraná, conhecida como a Rodovia do Mercosul.
No primeiro levantamento, em 2003, a PRF havia identificado 844 pontos alerta de exploração sexual infantil nas estradas brasileiras. O número subiu para 1.222, em 2005, e para 1.819, em 2007. O aumento, segundo a PRF, não significa necessariamente que o problema se agravou, mas reflete o aprimoramento do método de identificação dos pontos de risco.
Entre 2005 e 2009, a PRF prendeu 951 pessoas em flagrante por exploração sexual infantil e encaminhou aos conselhos tutelares mais de 2 mil crianças e adolescentes encontrados em situação de risco ao longo das rodovias.
O levantamento foi feito em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, a Organização Internacional do Trabalho e a organização não governamental Childhood Brasil.