O empresário paranaense Cecílio do Rêgo Almeida, dono da construtora C.R.Almeida, pretende processar o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, pelas declarações de que é um dos maiores grileiros de terra na Amazônia. O primeiro passo do advogado do empresário Antonio Figueiredo Basto será entrar com uma interpelação judicial para que Jungmann confirme se pediu ou não a prisão de Almeida. O passo seguinte será uma ação civil para reparo de danos morais.
Segundo Figueiredo Basto, o ministro poderá ser processado por calúnia e difamação. "Estamos estudando as medidas cabíveis. O que me causa espanto é a desinformação deste ministro", afirmou Basto, ontem.
Raul Jungmann, em entrevista à Agência Estado, publicada ontem na Folha, disse que quer a prisão de Cecílio e do empresário Falb Saraiva de Farias, ambos acusados de grilagem de terras na Amazônia. "Falb é um estelionatário e terá que ser preso. E não é só ele, é esse pessoal todo", teria dito o ministro, fazendo referência a Cecílio.
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As declarações do ministro irritaram o empresário paranaense, que não quis se pronunciar ontem. Mas o advogado de Cecílio negou que seu cliente seja o proprietário das terras. "Cabe esclarecer que a área é de propriedade da Indústria, Comércio, Exportação e Navegação do Xingú Ltda. A família de Cecílio do Rêgo Almeida comprou 95% do capital social da Xingu, em 1995", explicou.
Figueiredo Basto não poupou críticas à atitude do ministro do Desenvolvimento Agrário. "O ministro Jungmann, antes de acusar e fazer bravatas com a honra de um empresário de caráter limpo, deveria se informar corretamente dos fatos e da questão agrária do Pará", reclamou. Ele avaliou que a atitude do ministro ao pedir a prisão dos supostos grileiros não passa de "bravata sensacionalista", em razão de não haver elementos fáticos ou jurídicos que justifiquem a medida. O advogado entende que as notícias dadas pelo ministro foram infundadas e que mancharam a honra de seu cliente e da empresa que ele possui, a C.R.Almeida S/A Engenharia e Construções.
O diretor interino da Polícia Federal, Wilson Damásio, segundo a Agência Estado, teria dito que perícias comprovaram que as escrituras em nome de Almeida são de terras da União. "As terras são de domínio particular, conforme já decidiu o Tribunal de Justiça do Pará", contestou o advogado de Almeida. Quanto à decisão do ministro de pedir ao Judiciário a anulação definitiva dos títulos de terras, o advogado disse que não pretende tomar nenhuma atitude, pois o Tribunal de Justiça do Pará já reconheceu que as terras são da empresa que tem como sócio a família de Almeida.