Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Câmeras da XV podem ser usadas para repressão política, alerta professor

Dimitri do Valle - Folha do Paraná
05 dez 2000 às 19:17

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

As 14 câmeras instaladas na Rua XV de Novembro podem se converter em poderosas armas políticas contra movimentos sociais. O pensamento é do professor de Filosofia, Emanuel Appel, que teme que o uso dos equipamentos seja direcionado para manipular a opinião pública e identificar manifestantes em atos públicos no calçadão da XV, tradicional palco de protestos de Curitiba.

Coordenador do Fórum de Defesa da Cidade, que congrega sindicatos, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Appel diz que as relações da atual administração municipal e do governo do Estado com entidades de classe sustentam suas preocupações.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


"Os cidadãos curitibanos não têm tido uma experiência democrática muito civilizada com os que estão no poder. A preocupação é que estas imagens possam ser usadas para intimidar os movimentos sociais", afirma.

Leia mais:

Imagem de destaque
O golpe tá aí...

Prefeitura de Rolândia alerta população sobre golpe do 'falso pedido de ajuda'

Imagem de destaque
Em 177 colégios

No Paraná, consultas públicas do programa Parceiro da Escola começam nesta sexta

Imagem de destaque
Pedido não foi acatado

Pastor pede reconhecimento de vínculo trabalhista com igreja, mas Justiça do PR nega

Imagem de destaque
Edição 2025

Unespar aplica provas do vestibular neste domingo


Em nota oficial, a Prefeitura de Curitiba rebateu Appel. "A ditadura já terminou, mas a paranóia de alguns segmentos permanece", diz o comunicado. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, as imagens só vão ser exploradas para identificar atitudes suspeitas contra pedestres e lojistas, além de auxiliar nas investigações policiais. Ficou acertado com a OAB que o conteúdo das gravações não poderá vir a público.

Publicidade


As imagens captadas pelas câmeras da Rua XV, instaladas no trecho entre a Praça Santos Andrade e a Praça Osório, onde fica a central de controle, vão permanecer arquivadas por seis meses.


As placas para avisar os pedestres de que estão sendo filmados começam a ser colocadas hoje. A criação dos avisos surgiu por imposição da OAB para resguardar o direito constitucional que o cidadão tem sobre a própria imagem.

Publicidade


As câmeras estão funcionando desde o dia 30 de novembro. A manutenção é feita pela prefeitura e o controle das imagens fica sob a responsabilidade da Polícia Militar. A compra dos equipamentos e a construção da central custaram cerca de R$ 400 mil aos cofres municipais.


O professor Emanuel Appel diz que não é contra a utilização dos equipamentos para aumentar a segurança na área, mas alerta sobre a exploração ilegal que o material pode vir a ter num embate político com forças de oposição. "Os governos municipal e estadual têm revelado pouca sensibilidade para questões de cidadania", afirma.

Appel dá como exemplo a implantação das cercas na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. As grades foram colocadas no final do ano passado depois que famílias de sem-terra foram retiradas da praça. "A cerca nada mais é do que um instrumento para dificultar a aproximação das pessoas que quiserem protestar democraticamente em frente ao Palácio Iguaçu."


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo