Dos quatro dias de Carnaval, apenas dois serão realizados na Avenida Cândido de Abreu, em Curitiba. Nos dias restantes serão promovidos bailes em ruas da cidadania, ainda a serem definidas. Essa é a principal mudança para o carnaval curitibano deste ano, mas outras ainda podem surgir. É que faltando 20 dias para o evento, a Fundação Cultural ainda não definiu nem mesmo a verba que será destinado ao carnaval da cidade. A programação, a exemplo dos outros anos, vai ser definida em cima da hora.
A Fundação divulgou há apenas cinco dias o edital de habilitação para as escolas de samba e blocos interessados em participar do evento. Os participantes têm apenas uma semana para se cadastrarem e precisam correr contra o tempo, já que o prazo termina na próxima segunda-feira. A situação não transforma o estigma nada favorável que o carnaval curitibano carrega, mas a Fundação garante que a intenção é mudar este estereótipo. Começou por seguir à risca as regulamentaçãoes do edital, querendo garantir a qualidade do desfile.
O presidente da Liga das Escolas de Samba de Curitiba, Saul D"Ávilla, aprova essa mudança. Ressalta que a prática dá mais seriedade para o evento. A mudança significa que algumas escolas que não prestaram contas sobre a verba adquirida no carnaval anterior ou ainda não respeitaram o regulamento dos desfiles, como o número mínimo dos componentes, não vão poder participar dessa edição do evento. Se no ano passado 18 escolas de samba participaram do carnaval, o evento deste ano deve contar com, no máximo, 11.
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D" Ávilla analisa a redução como um ponto favorável e vislumbra anos melhores para o carnaval curitibano. Admite, no entanto, que a jornada será longa. "A verba que a prefeitura fornece é pequena, não garante a qualidade do evento, mas não deixa de ser um apoio", salienta. Reforça também que as escolas não devem esperar apenas este meio de arrecadação e que devem buscar apoio da iniciativa privada e da comunidade.
Foi o que fez o ano passado a Escola de Samba Embaixadores da Alegria, uma das mais tradicionais de Curitiba. A verba adquirida do município foi de R$ 12 mil, mas para o desfile que teve como tema o preconceito, a escola gastou R$ 47 mil. "O apoio que recebemos da prefeitura é pequeno. Os componentes colocam dinheiro do próprio bolso", lamenta a presidente da Escola Suzy D" Ávilla.
Este ano, por causa do pouco tempo e da verba minguada, a escola deve diminuir em quase 50% o número de componentes e ainda não definiu quantos carros alegóricos vai levar para o desfile. O enredo deste ano, no entanto, já está definido. "Vamos falar do misticismo que envolve o novo milênio", adianta Suzy.
Este ano, a verba destinada deve ser a mesma que no ano passado. Escolas do Grupo Especial terão direito a R$ 12 mil cada uma; escolas do Grupo de Ascenção têm direito a R$ 8 mil e os blocos carnavalescos a R$ 2,5 mil. A montagem das arquibancadas e infra-estrutura na Avenida Cândido de Abreu deve começar na próxima semana.