O secretário de Estado da Saúde, Armando Raggio, admitiu que há evidências de intoxicação por chumbo em parte da população de Adrianópolis (133 quilômetros ao norte de Curitiba). Depósitos de chumbo a céu aberto foram abandonados na cidade. Os exames realizados entre 1.207 pessoas mostraram que quase metade delas - 581 ou 48,13% - apresentaram alguma alteração clínico-laboratorial.
Anemia e destrunição foram as principais anormalidades encontradas, especialmente em crianças menores de sete anos. Do total de pessoas analisadas, 162 têm menos de sete anos, 354 têm entre 7 e 14 anos e 691 são adultos.
Para avaliar se os casos de anemia e desnutrição tem relação com a contaminação por chumbo, a Secretaria da Saúde vai agora fazer o exame de plumbemia (dosagem do metal no sangue), num primeiro momento, nas pessoas que apresentaram alterações clínicas. Até o final do ano, toda a população das áreas de risco (vilas Mota, Capelinha e Rocha) deverá ser analisada.
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Raggio disse que das análises realizadas até agora não foi constatado nenhum sinal grave de intoxicação ou de sequelas irreversíveis entre os moradores de Adrianópolis.
Até por não se ter, aparentemente, uma situação mais séria, a Secretaria estruturou as ações em três etapas. Além dos exames de plumbemia, para início imediato, está prevista a capacitação de dois médicos que atuarão na comunidade e o tratamento das pessoas anêmicas e crianças desnutridas. Com a avaliação dos níveis de chumbo, será definido tratamento adequado para cada caso. A longo prazo, será montado um estudo para avaliar o impacto da intoxicação crônica pelo chumbo.