Passar a chave na porta de casa, pegar a estrada e não se preocupar mais durante todo verão. Parece simples mas, na verdade, sair de casa, seja para passar uns poucos dias de feriado ou o verão inteiro normalmente exige preparativos extras da família. Para começar, quem mora em casa tem que se preocupar com medidas de segurança. Quem tem jardim ou plantas dentro de casa não pode deixar de providenciar a rega dos vasos. Mais difícil, ainda, é relaxar nas férias sem ter a certeza de que, mesmo longe, o bichinho de estimação vai permanecer feliz na cidade, recebendo todos os cuidados necessários.
"Hoje em dia eu já me ajustei para poder viajar tranquila. Dentro de casa só tenho plantas artificiais e, apesar do seu jardim ter quase 500 metros quadrados, não tenho mais plantas que dependem de rega", diz Neusa Maria Haumenschlager, que vive com o marido e três filhos em uma casa no Jardim das Américas. Para segurança, ela conta com um sistema de circuito externo de televisão e o guarda comunitário, que anda pela rua. Mas ela já pensa em colocar um sistema de alarme monitorado.
Não é a mesma situação da aposentada Carmem Hoffmann. Com quase 20 gatos e um cachorro, cada vez que decide passear ou viajar com a filha Vitória, tem que recorrer a amigos, parentes e vizinhos. "Eu venho duas vezes por dia distribuir a ração em nove potes espalhados pela casa"; diz a vizinha Regina dos Anjos, que garante que a tarefa não está dando trabalho. O estudante Marco Antonio Benedetti Durigan, de 20 anos, por sua vez, recorreu ao Hotel Paradiso, especializado na hospedagem de cães, para deixar seus dois cachorros, um beagle e um lhasa apso, nos quatro dias do feriado de Natal. "É a quarta vez que eles ficam em hotéis. O beagle já chegou a ser expulso duas vezes porque ele não gosta de ficar sozinho e late muito", conta.
Leia mais:
Motociclista morre após sair da pista e colidir contra objeto fixo na BR-153 em Japira
Consumidor paranaenses adere à Black Friday e prepara o bolso
Vice-governador entrega residencial com 240 unidades em Londrina
Filme de ficção científica será rodado no final de novembro em Maringá
Onde deixar os cães não é um grande problema para quem quer viajar. Basta olhar nas páginas amarelas da lista telefônica para se conhecer inúmeras opções. Os serviços são parecidos e a diária é em média de R$ 10,00. A maioria dispõe de baias grandes, onde os cães são separados um a um, área de lazer, locais abertos e fechados, além de prever horário de passeios. Mesmo com todo conforto disponível, a proprietária do Canil Rheinland, Izabela Romanel, acredita que, nos primeiros dias, os bichos sempre se ressentem de estar em um local diferente. Para evitar com que o cachorro se dê bem no local onde ficará hospedado, Rubens José Nadalin, ums dos sócios do Hotel Paradiso, sempre recomenda a seus clientes que procurem visitar o canil com antecedência, se possível com o cão, e que deixem algum objeto que pertença ao bicho, como um cobertor, uma almofada ou o cestinho de dormir. "É como se fosse o cheirinho do animal", diz.
É esta também a recomendação de Cláudia Prada, dona do Hotal Mister Cat, um dos poucos estabelecimentos especializados na hospedagem de gatos. Dona de gatos, foi justamente por sentir falta de um local para deixá-los quando queria viajar, que Cláudia decidiu abrir a hospedagem. "Queria um lugar onde eles se sentissem em casa", diz. Com capacidade para dez gatos, o hotel está lotado para os feriados de Natal e Ano Novo. Nos canis as reservas também estão praticamente esgotadas. No Paradido, há até lista à espera de uma das 70 vagas existentes. Já o Canil Borda do Campo, com capacidade para 200 cães, ainda dispõe de alguns poucos lugares.
Os gatos têm outras poucas opções de hospedagem. É o caso do Aviário e Veterinária Bairro Alto, com capacidade para 20 animais, que atende gatos e cães de pequeno porte.
Uma grande parte das clínicas veterinárias existentes também se encarrega de hospedar os bichos. É o caso da Pet House, no Batel, que também recebe passarinhos como hóspedes. Até as chinchilas acabaram ganhando um lugar especial em Curitiba. E não é para menos. Calcula-se que existam na capital cerca de 3 mil destes mamíferos roedores. Com uma demanda destas, a Casa da Chinchila está abrigando nestes feriados cerca de 40 animais.
Se há mais facilidade em se encontrar serviços especializados para cuidar dos bichos, as plantas continuam dependendo da boa vontade de familiares, amigos e vizinhos. Nas lojas de jardinagem, ninguém sabe orientar sober a existência ou não de um serviço específico para tratar de plantas por tempos determinados. "Uma amiga nossa viajou e minha mulher assumiu o compromisso de ir na casa dela para molhar as plantas", conta o empersário Célio Langer.
Já a empresária Adiane Krukoski teve que usar de várias alternativas para viabilizar sua viagem. O cachorro beagle Resko foi para um hotel, o papagaio Saldanha ficou na casa da mãe e as plantas ficaram sob cuidados dos vizinhos. "Só não tive que me preocupar muito com a segurança, já que moro num condomínio fechado. Mas deu para resolver tudo sem problemas", diz.