Nos próximos doze meses, cinco hectares de áreas de floresta da Mata Atlântica no Paraná terão seus planos de manejo suspensos em função de uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A nova regulamentação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) foi publicada no Diário Oficial da União com 45 dias de atraso. Aprovada em maio pelo conselho, a medida proíbe o corte de espécies ameaçadas de extinção na região da Mata Atlântica de todo o Brasil, para que seja feito um mapeamento das que estão ameaçadas.
A mesma resolução estabelece que durante a trégua seja formado um grupo de estudos. Nesta segunda-feira, em reunião do Conama, em Brasília, serão escolhidos os participantes que vão coordenar o mapeamento de todo o Brasil. ‘A intenção é que o comando fique com as entidades ambientais’, defendeu José Álvaro Carneiro, que integra o Conama, como representante das organizações não-governamentais ambientais do Sul do Brasil.
Uma das principais árvores a ser preservada é a araucária. Também compõem a lista das ameaçadas a imbuia, canela-branca, xaxim e marfim. ‘Os estudos vão verificar também outras espécies como as ornamentais e medicinais, que vêm sendo exploradas de maneira irregular’, afirmou.
Segundo o secretário do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, o mapeamento das espécies ameaçadas no Paraná está avançado. Em função disso, o governo estadual quer propor que seja encurtado o prazo no Estado pela metade – período que poderia ser prorrogado por mais 180 dias. Andreguetto afirmou que a maioria do levantamento já está realizado, faltariam apenas 2,5 mil hectares.
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Pelas informações da secretaria, o Paraná mantém apenas 0,8% de área original de floresta com araucária. ‘Para um grupo de empresários a quantia significa um potencial preservado que deve ser explorado. Mas o que se deve ver é que é o último estoque do bioma dessas árvores’, avaliou José Carneiro. A Folha procurou a direção do Sindicato da Indústria da Madeira do Paraná para que se pronunciasse sobre o impacto da medida. Mas o diretor Osmar Matoso indicou que se conversasse com o diretor da Associação das Empresas Florestais do Paraná, Roberto Gava. Porém Gava não foi encontrado.