A ex-técnica do Projeto Lumiar Cláudia Cisotto, acusada de ter extorquido agricultores assentados na região de Bituruna (71 quilômetros a oeste de União da Vitória) para o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), prestou depoimento ontem, em Curitiba, ao delegado federal Marco Antônio Lino Ribeiro que investiga as atividades do MST do Paraná. Ela não quis dar declarações à imprensa, mas segundo o inquérito aberto pela Polícia Civil de União da Vitória, Cisotto confirmou que recebia depósitos em sua conta e que o repassava ao movimento.
O delegado Ribeiro, designado pela direção geral da PF em Brasília para investigar as suspeitas, apenas informou que a polícia continuará o trabalho na região. As investigações começaram em Bituruna e até agora cerca de 20 depoimentos de assentados acusaram o MST de cobrar taxa compulsória de 3% sobre os recursos destinados pelo governo.
Desde junho a delegada-adjunta de União da Vitória, Maria de Fátima Crovador Bittencourt, apura irregularidades do movimento na região, a partir da denúncia de um casal expulso do assentamento Roseli Nunes, em Bituruna. O Projeto Lumiar presta assessoria aos assentamentos do MST no Paraná.