A inclusão de uma cota para estudantes negros na Universidade Federal do Paraná (UFPR) deve entrar em votação no mês que vem na Universidade, assim que a Procuradoria Geral da instituição encerrar o trabalho de sensibilização junto aos conselhos setoriais.
O secretário especial de Estado de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, está articulando com as entidades que representam o movimento negro no Paraná estratégias para a inclusão dessa cota.
Na manhã desta quinta-feira, o secretário recebeu os dirigentes do Instituto Afro-Brasileiro do Paraná, Maximo Francisco dos Reis, Valdir Izidoro Silveira e Walter Porciúncula Baptista, o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e ainda o representante da Sociedade de Estudos de Culturas Negras, Jayro Pereira para debaterem o assunto.
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Nizan é integrante das entidades representativas do movimento negro no Paraná e vem defendendo a inclusão de negros na universidade pública.
Ele criticou alguns setores de dentro da própria UFPR que estariam tentando mobilizar alunos contra a participação de negros na universidade pública. O secretário fez questão de ressaltar, no entanto, que esta não é a posição do reitor Carlos Moreira Júnior.
Para o secretário, a sociedade não pode fechar os olhos para esse problema. "Enquanto 40% da população do Paraná é composta por pretos e pardos, menos de 1% dessa comunidade está na universidade pública", disse.
Nizan, que também é professor na UFPR nos cursos de Medicina, Odontologia, Farmácia e Enfermagem, disse que os negros que estão hoje na universidade são africanos que estudam no Brasil, por meio de convênios.
"Os negros africanos usufruem mais da universidade pública do que os negros brasileiros", salientou. Segundo o secretário, se nada for feito agora, o padrão de domínio, preconceito e violência contra o negro tende a ser perpetuar no País.