Um número cada vez maior de mulheres vítimas de violência está procurando as Unidades de Saúde, Hospitais de Clínicas, Evangélico e Pequeno Príncipe, em Curitiba. Além disso, elas estão demorando menos para buscar atendimento médico.
Em março foram registrados 20 casos na rede municipal, número que passou para 57 em agosto. Do total de atendimentos (169) registrados de março deste ano, a agosto, 76,33% procuraram um médico até 72 horas depois da agressão, prazo possível de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST). 31,95% procuraram o hospital ou a Unidade de Saúde até 12 horas depois da exposição à violência, 30,18% até 24 horas e 11,24% foram atendidas até 48 horas depois.
No caso de gravidez indesejada, o tratamento é mais eficaz até 24 horas depois, de acordo com a norma do Ministério da Saúde. As que procuram atendimento após este prazo têm a garantia do acompanhamento da sua saúde por, pelo menos, 90 dias.
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"As mulheres entenderam que devem procurar o atendimento o mais rápido possível. Isso é um avanço", elogia Vera Lídia Alves de Oliveira, uma das coordenadoras do programa Mulher de Verdade. "E a cada mês cresce o número de registros", diz Vera Lídia. Desde o lançamento do programa, em março, as Unidades de Saúde e hospitais credenciados no programa estão preparadas para acolher e atender com rapidez as crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência sexual.
O balanço feito pela Secretaria da Saúde mostra que a faixa etária em que há o maior número de atendimentos é dos dez aos 19 anos de idade (36,7%). Em segundo lugar aparecem as mulheres com idade entre 20 e 29 anos (30,8%). As crianças de até nove anos de idade representam 20,12%. O estudo também revela que 53,9% dos agressores eram desconhecidos. As pessoas conhecidas, amigos da família, primos, pais, tios, cunhados, padastros, maridos, ex-maridos, namorados da mãe e padrastos representam 42,12%.
Do total de mulheres, crianças e adolescentes que chegaram às Unidades e Hospitais 48,84% vivem em Curitiba, 30,23% vieram da Região Metropolitana de Curitiba e 16,3% são de outros municípios.
O protocolo do programa, que teve a sua proposta amplamente discutida por integrantes da Delegacia da Mulher de Curitiba, legistas do Instituto Médico Legal (IML), membros do Movimento de Mulheres e da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, estabelece, entre outras coisas, que os procedimentos ambulatoriais, inclusive a anticoncepção de emergência, sejam feitos nas próprias Unidades de Saúde básica e nas Unidades 24 Horas.
Nos casos mais graves e de violência sexual, a mulher é encaminhada imediatamente para um dos hospitais para que possa fazer a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. A perícia que antes tinha que ser feita no Instituto Médico Legal já é realizada na própria Unidade ou hospital. O médico do IML vai até o local onde estiver a mulher para fazer o exame.