Eles ainda tropeçam nos primeiros passos, mas já balbuciam palavras em inglês. São crianças brasileiras de pouco mais de um ano, que antes mesmo de começar a andar, aprendem um idioma diferente da língua-pátria.
O método inédito é desenvolvido pela canadense Cristina Belmont, que garante que a melhor fase para o aprendizado é o primeiro ano de vida. "Nessa fase, as crianças não fazem distinção de som, assimilam o significado das palavras independente do idioma", explica.
Formada em linguística pela Universidade de Michigan, em Ohio (EUA), Cristina desenvolveu o método há mais de duas décadas, quando dava aulas para filhos de imigrantes e refugiados de diversas nacionalidades, no Canadá. Ela conta que a única forma de se comunicar era o inglês, pois a origem das crianças era variada.
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"No Brasil, os professores utilizam a língua nativa para dar aulas. Isso era impossível naquela realidade", comenta. Com a experiência, Cristina descobriu que as crianças (e adultos) assimilam mais rápido um novo idioma, quando precisam dele para se comunicar e também quando o método está adequado à realidade do aluno.
Há um ano ela passou a aplicar o método que desenvolveu na Escola Umbrella, em Curitiba, com crianças de 18 meses a 10 anos. Mas ressalta que o resultado vem a longo prazo.
"Ninguém aprende a falar uma língua em um ano, nem a do próprio país, mas quanto antes o estímulo ocorrer, melhor". Ela esclarece que quanto menor o aluno, menor será a resistência para o aprendizado e explica que pessoas com mais de dez anos têm dificuldade em aprender novas línguas, porque não conseguem compreender o processo natural e sentem vergonha e constrangimento. "O mesmo não acontece com uma criança que está aprendendo a falar", diz.
A diretora da Umbrella, Glória Ribeiro, acredita que alunos que estudam em uma escola bilingüe desde o maternal, têm maior facilidade para se comunicar em uma segunda língua posteriormente. Glória - que tem 30 anos de experiência como pedagoga - afirma que isso não prejudica o aprendizado do português. "Após os três anos, é que a criança começa a distinguir que são línguas diferentes, mas isso não interfere no seu desenvolvimento", afirma.
Os pais aprovam o resultado do método aplicado pela professora canadense. "Eles aprendem com a prática, naturalmente", afirma Cristiane Spyra, mãe de Ticiane, de 6 anos e Marcel, de 8.