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Criminalística usa técnica que revela DNA em 1 minuto

Redação Bonde com AEN
02 abr 2011 às 12:48

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O Instituto de Criminalística do Paraná dispõe de tecnologia que permite extrair o DNA de ossos em menos de um minuto. Pelo método tradicional, a operação demorava até 72 horas. A inovação científica garante mais agilidade na elucidação de crimes e na conclusão de inquéritos policiais.

O perito Hemerson Bertassoni explica que o método foi fundamental na confirmação da identidade das vítimas do acidente aéreo ocorrido em janeiro em Londrina. Em muitos acidentes as vítimas só podem ser identificadas pelo DNA ósseo, porque os corpos estão carbonizados.

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"O mesmo acontece em casos em que os ossos estão putrefeitos ou esqueletizados. A degradação das amostras de células dificulta muito a identificação, mas nosso método já obteve sucesso em amostras que pelo método tradicional não foram identificadas", explica Bertassoni.

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A nova técnica de extração de DNA de ossos foi apresentada durante o encontro nacional de laboratórios forenses e despertou o interesse dos laboratórios de Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Peritos do Japão, China, Turquia, Canadá, EUA e França já fizeram contato para conhecer mais detalhes sobre a técnica.

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Banco


Bertassoni explica que o Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística do Paraná é considerado referência no País e atende vários Estados. "O laboratório foi criado em 1978 e, em 2002, o governo investiu R$ 3 milhões na construção do prédio próprio e na aquisição de equipamentos. Temos técnicos treinados, computadores, softwares e o banco de dados já está sendo alimentado", explica.

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A formação do banco de dados nacional, nos mesmos moldes do Codis (Combined DNA Index System) norte-americano vai conter perfis genéticos de criminosos e será alimentado pelas polícias científicas dos Estados, com comando da Polícia Federal. "O DNA garante justiça às pessoas. É uma prova incontestável para condenar ou absolver alguém. No Paraná temos condições técnicas de realizar exames com toda a segurança", afirma Bertassoni.


Pesquisa

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Bertassoni é farmacêutico e bioquímico, com mestrado em Biologia Molecular pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Genética pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Ele também é coordenador do curso de Farmácia da Universidade Positivo, em Curitiba, e supervisionou uma pesquisa de duas alunas que confirmou a eficácia do método. A pesquisa foi realizada durante sete meses por Luiza Gobor e Daphne Manuela Toledo.


O Instituto de Criminalística do Paraná cedeu os reagentes utilizados no projeto e a empresa Bertin Technologies emprestou um equipamento francês denominado Precellys, posteriormente adquirido pelo instituto. Criada para extrair DNA de plantas e tecidos, a máquina foi adaptada por Bertassoni para extrair DNA de ossos humanos.

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O método foi aplicado em sete ossos que não haviam sido identificados pelo processo tradicional. Com a utilização do método de precessão (fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação de um objeto) e o uso do equipamento Precellys, foi possível identificar seis dos sete ossos.


No método tradicional, o osso é triturado criogenicamente e o pó precisa descansar durante 24 horas antes da aplicação de reagentes que purificam a amostra, processo que demora ainda de 24 a 48 horas até a extração do DNA. Com a aplicação do novo protocolo, o resultado é obtido em cerca de 50 segundos.

"A pesquisa foi extremamente relevante sob o aspecto pericial. O equipamento foi validado, o protocolo foi produzido e publicado no site da Precellys, está sendo usado com sucesso aqui no Paraná e já está disponível para qualquer instituto de criminalística que queira adotar o método", explica Bertassoni.


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