Curitiba já é a quinta cidade em número de casos de Aids notificados no País, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. O dado consta no Boletim Epidemiológico da Coordenação Nacional De Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids publicado recentemente pelo Ministério da Saúde.
A cidade também subiu cinco pontos no ranking de incidência da síndrome, ou seja de casos em que a doença foi detectada, mas ainda não se manifestou. Em 1998, Curitiba ocupava o 19º em incidência de Aids. Este ano, segundo o boletim, já ocupa o 14º lugar
O crescimento é apontado como "natural" pela coordenadora municipal de DST e Aids na Capital, Maria Gorete David Lopes. Ela explica que, por se tratar de uma metrópole, a doença tende a se manifestar proporcionalmente ao crescimento da população, mas ressalta que a Secretaria Municipal de Saúde tem ampliado os programas de prevenção. Um exemplo, comenta, foi a distribuição de 70 mil folders informativos ontem, Dia Mundial de Luta contra a Aids. "Foi uma campanha muito produtiva, mas não deve se restringir a um só dia", alerta Maria Gorete.
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Ela informa que, apesar de Curitiba ser a quinta cidade no País em número de casos, em 1998 a cidade ocupava o quarto lugar, caindo um ponto este ano. "O que mostra que o trabalho de prevenção tem sido eficaz", ressalta.
Como exemplo ela cita os programas de atendimento para as mulheres e crianças infectadas. Dos quase 4,2 mil casos de Aids notificados desde 1984 em Curitiba, cerca de 4,5% são em menores de 13 anos. Para tentar diminuir essa incidência, a prefeitura implantou no ano passado o Programa Mãe Curitibana. Das 39 mil gestantes que já se vincularam ao programa, 30 mil fizeram o exame HIV, com 253 resultados positivos. Dos 44 bebês filhos de mães portadoras do vírus HIV atendidas desde então, 21 não foram contaminados. As demais crianças estão recebendo atendimento.
"O tratamento em crianças nem sempre é fácil, pois elas enfrentam a rejeição desde cedo", comenta a presidente da Associação Paranaense Alegria de Viver (Apav), uma organização não governamental que abriga crianças portadoras do vírus. A Apav abriga atualmente 21 crianças com Aids.
São meninos e meninas de um mês a dez anos de idade, encaminhadas para a Apav pelo Conselho Tutelar e S.O.S Criança. A Apav é mantida com doações e trabalho voluntário. Informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 247-2796.