Relatórios sobre a criminalidade nas capitais brasileiras divulgados pelo Departamento de Cooperação e Articulação das Ações de Segurança Pública, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, afirmam que a criminalidade em Curitiba cresceu 45,45% em 2002 em relação a 2001. A capital do Paraná aparece ainda com o título de campeã no número de mortes no trânsito.
No ano passado, foram 243 homicídios culposos, classificados pelo ministério como acidentes de trânsito cometidos sem a intenção de matar. Uma média de 14,6 mortes para cada 100 mil habitantes.
São Luís do Maranhão aparece na segunda colocação com 13 mortes para cada 100 mil habitantes. Vitória é a terceira capital brasileira com maior índice de mortes no trânsito, 12,4 para cada 100 mil habitantes.
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Os dados do Ministério da Justiça são diferentes dos computados pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Em todo o Estado, segundo o Detran, foram registrados no ano passado 28,5 mil acidentes com vítimas com 1,5 mil mortes.
Uma média estadual de 15,44 mortos para cada 100 mil habitantes. Em Curitiba, a estatística estadual mostra que foram registradas 4,68 mortes para cada 100 mil habitantes.
O anuário estatístico do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) revela uma média de 5,8 mortos por 100 mil habitantes em Curitiba no ano de 2001. A média de Curitiba a deixaria na 23ª colocação no total de mortes no trânsito.
A Urbs, a companhia que fiscaliza o trânsito em Curitiba, também contesta os dados do governo federal. Assim como o Detran, a Urbs alega que a média de mortes no trânsito em 2002 foi menor, 4,8 mortes para cada 100 mil habitantes, conforme a presidente da companhia Yara Eisenbach. Uma redução de 17,24% em relação ao ano anterior.
O major Roberson Luiz Bondaruk, chefe da Comunicação Social da Polícia Militar (PM), explicou que os acidentes são atendidos pelo Batalhão de Polícia de Trânsito de Curitiba (BPtran) que apenas computa os mortos no local.
Os demais são registrados como feridos e encaminhados para os hospitais e não fazem parte das estatísticas policiais mesmo que morram depois dos primeiros atendimentos médicos. A presidente da Urbs confirmou ontem, em entrevista à Folha, que o que se leva em conta são as mortes no local do acidente. Mesmo assim ela considera os números divulgados exagerados.
Os dados com relação ao trânsito divulgados pelo Ministério da Justiça serão repassados para o Bptran e para a Diretoria de Trânsito (Diretran). A intenção é aumentar a fiscalização nas ruas, aplicar as notificações e remeter dados dos boletins de ocorrência com mortes para que a Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT) cumpra o seu papel de indiciar os culpados pelo incidente e remeter os autos para a Justiça.
''É necessária uma rede de obrigações. Cada um fazendo sua parte. A Polícia Militar, a Polícia Civil e a Justiça. Somente assim os dados poderão ser reduzidos'', afirmou Bondaruk.
Os dados do Detran revelam que circulam em Curitiba cerca de 761,6 mil veículos. Em todo o Paraná são 2,7 milhões.