Com medo de uma reação negativa da opinião pública, delegados de polícia do Estado fizeram uma assembléia a portas fechadas para discutir a melhor estratégia de como apresentar o pedido de pagamento do auxílio-moradia. A categoria ameaça entrar com ação judicial contra o governo do Estado para incluir o benefício no contra-cheque. Eles prometem apresentar hoje um comunicado oficial sobre o que foi discutido na reunião de ontem à tarde na Associação dos Delegados da Polícia Civil do Paraná (Adepol).
O presidente da Adepol, João Ricardo Képps de Noronha, não quis falar com a imprensa e orientou diretores da entidade a permanecer em silêncio. Fotografias da reunião também não foram permitidas. A assesoria de Noronha informou apenas que ele vai enviar hoje uma carta para ser lida nos órgãos de comunicação. A reunião começou por volta das 17 horas e foi encerrada cerca de 90 minutos depois. Por volta das 19 horas, os delegados assistiriam a uma palestra sobre direito penal no novo auditório construído nos fundos da sede da Adepol.
Além de delegados lotados em distritos da Capital, compareceram à reunião outros delegados que vieram de cidades do interior do Estado, como Ponta Grossa, Paranavaí e Terra Roxa. Pelo menos 15 delegados participaram da assembléia. O principal argumento de Noronha para defender o auxílio-moradia é a inclusão dele nos salários de representantes do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Ministério Público. Com isso, ele acredita que os delegados também teriam direito a recebê-lo. "É o princípio da isonomia entre os três poderes", disse o presidente da Adepol à Folha no dia 30 de outubro.
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O valor do auxílio-moradia pleiteado pelos delegados varia entre R$ 1 mil a R$ 3 mil. Na tentativa de envolver o governo do Estado na discussão, Noronha planejava uma audiência com o então chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, que se demitiu na semana passada. Na época, Alceni chegou a antecipar que não tinha qualquer posição sobre o assunto. O encontro teria a finalidade de expor ao então secretário os pedidos para incluir os delegados na relação dos servidores com direito ao auxílio. Apesar de não descartar medidas judiciais, Noronha quer primeiro sensibilizar o governo do Estado em eventuais negociações. A previsão é esgotar todas as tentativas de diálogo que possam surtir efeito a favor dos delegados.